O médico ideal é o clínico idealista, que estudou não para ser somente um terapeuta, como também um sacerdote.
O ganho, para ele, está em segundo plano e, em primeiro, o prazer de aliviar os enfermos.
Ser médico é ter o dom de curar, é participar da grande falange do bem no seio da humanidade.
E o melhor médico é aquele que conhece as essências das religiões, que sabe, por experiência, da grande ajuda que os espíritos superiores lhe dão na órbita da medicina.
Com essa consciência, será mais ajudado.
É bom que o clínico se familiarize com a psicologia em todos os seus detalhes, testando experiências e analisando casos, meditando nos fenômenos, para que a sua intuição favoreça todos os diagnósticos.
Milhares de anos de trabalho da ciência comprovam a eficiência da palavra, como prefácio do doutor antes do exame, pois o doente, frente ao médico, abre suas sensibilidades de modo extraordinário, como oportunidade para o preparo psicológico.
A palavra envolvida de ânimo, de fé, de confiança faz reagir o metabolismo orgânico, favorecendo, assim, o campo do energismo dos medicamentos.
O doente é como um imã, e as palavras do clínico, como fagulhas de ferro.
Eis porque todo o cuidado é pouco, nas conversações de médico para enfermo.
O terapeuta nunca deve estar com a cara fechada, pois o gesto que fizer estará transmitindo energia compatível com seus modos.
Desanuviai vossa mente, doutor, antes de qualquer visita aos que padecem.
Juntamente com os recursos que a ciência possui, usai o autodomínio, a autosugestão, primeiramente para vós mesmos, de coragem, de alegria e de amor, pois quando pensardes nessas qualidades superiores, já estareis transmitindo, por ondas espirituais, as irradiações equivalentes ao estado de espírito em que vos encontrais.
Purificai a vossa mente com pensamentos nobres.
Elevai as vossas ideias, para que elas sirvam em todas as direções.
E com esse labor divino, os que sofrem ganham muito, mas, na verdade, o mais beneficiado sois vós.
Compadecei-vos dos que estão usando o leito de dor, não com lágrimas desapropriadas nem com sentimentos inadequados ao momento, mas com aquela compaixão que transborda benevolência, carinho, afeto.
Quem vos ouve tornou-se criança, diminuiu-se perante a vossa sabedoria, para que vós crescêsseis, empregando recursos, medindo experiências, meditando no vasto campo de medicamentos, para que ele, o doente, seja curado.
E por que não usar os meios possíveis ao vosso alcance? A medicina é uma esperança para os que sofrem, e a medicina aliada à fé, é, como diz Paulo, a substância da coisa pensada , a cura.
Os filhos de Deus que vieram ao mundo com a missão de curar assumiram compromissos sérios diante da consciência.
Analisai e senti as responsabilidades.
Mesmo sendo médico, amanhã precisareis do vosso colega, no leito da dor ou da despedida.
Doutor, o médico ideal é aquele que tem como companhia invisível o médico de todos os médicos – o Cristo.
Complementai a vossa ciência de curar o corpo físico com a ciência de curar a alma, que encontrareis as equações de todos os problemas físicos e espirituais dos vossos pacientes.
– 108 – O homem na Terra precisa muito mais de amor que propriamente de remédios, muito mais de amor que de alimentos, muito mais de amor que de vestes.
Cooperai, meu filho, nessa transfusão divina, e dai aquilo que estiver ao vosso alcance, mas dai o que puderdes, de imediato, que, com isso, todos os outros recursos que tiverdes não falharão, por encontrarem a alma na esperança positiva.