Cuidar, acompanhar, educar, ver crescer e entregar para a vida.
Esse é o ciclo da maternidade.
Não importa se iniciou a partir de seu corpo ou se optou pela missão, abraçando o fruto gerado por outra pessoa.
Toda mãe agasalha na intimidade esperanças, planos, sonhos e ansiedades para aquele que se ensaia para a vida, em um corpo frágil e pequenino.
Como mãe, sabe que se submete a uma transformação sem caminho de volta, pois nunca mais será a mesma.
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Nada mais será igual.
Nem o corpo, nem a alma, nem as madrugadas, as manhãs, ou os dias.
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Para aquelas milhares de células que, organizadas num milagre divino, darão vida a um novo ser, que abrigará uma alma antiga, ela dará o nome de filho.
Por vezes, será um velho conhecido que retorna, consolidando laços de afeto construídos em algum tempo, em algum lugar.
De outras, serão reencontros de almas para ajustes, reconstrução de sentimentos, exercícios de perdão e tolerância.
Não importa, será sempre filho.
Filho do corpo ou filho da alma.
Ela trará no peito o alimento físico de que ele se nutrirá.
Ou simplesmente oferecerá o amor que sustenta, inunda e conforta o ser que embala nos braços.
Ela acompanhará dia a dia seu desenvolvimento com olhos de lince e cuidados de leoa.
Ensinará a comer, a andar e a falar.
Incentivará novas conquistas e acompanhará de perto seu aprendizado.
Mostrará o mundo sob seu olhar, e aprenderá com ele um novo olhar sobre o mundo, já sem saber quem ensina e quem aprende.
Estarei fazendo o correto? Estarei educando da melhor maneira? Devo agir dessa ou daquela forma?
Serão dúvidas e mais dúvidas que se sucederão nessa caminhada.
Mas, ela nunca desistirá.
Entenderá que, se houver erros, serão frutos da inexperiência ou desconhecimento, nunca de descaso ou negligência.
Sempre oferecerá o que tem de melhor para o filho amado.
Serão madrugadas a medir a temperatura controlando a febre, a medicar nos horários devidos, a velar o sono em cuidado incomparável.
Terá um sobressalto quando descobrir que ele não caberá mais nos seus braços ou no berço.
Sentirá saudades das noites insones, das histórias contadas antes de dormir, das cartinhas carinhosas feitas com letras de principiante.
E o verá, quando menos espera, se tornar independente, ganhar o mundo e seguir a estrada dos seus sonhos.
Ela continuará a carregar na mente e no coração tudo aquilo que a maternidade ali depositou.
Serão suas melhores armas frente aos desafios da vida.
Pois assim são as mães.
Só elas são assim.
Porém, mãe não se faz no parto, nem na gestação.
Mãe mesmo, mãe de verdade, essa vai se construindo dia a dia, no exercício paciente do amor.
Há que se querer ser mãe.
Querer intenso que não se apaga com o cansaço dos dias, os embates da jornada, as dificuldades do caminho.
Há quem dê à luz, e nem por isso se torna mãe.
E há tantos homens, mulheres, parentes consanguíneos ou não, que se constroem mães, que se fazem mães.
Porque mãe é todo ser que tem a certeza de ter um pedaço de seu coração pulsando em um peito alheio.
Redação do Momento Espírita.
Em 7.
5.
2021.