Certo dia, lemos uma poesia, cujos versos se referiam à hipótese de um ser humano ser Deus por uma semana.
Se eu fosse Deus, escreveu o poeta, um minuto seria suficiente para tomar uma única decisão.
Na qualidade de Deus, chamaria o meu anjo-secretário e ditaria os dois artigos singelos da minha lei:
Artigo primeiro – A partir deste instante, ficam abolidos, em todos os quadrantes do terceiro planeta do Sistema Solar, na periferia da Via Láctea, a miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância, a guerra e a morte.
Artigo segundo – Revogam-se as disposições em contrário.
* * *
Certamente muitos de nós, como o poeta, faríamos a mesma determinação, eliminando, para sempre, a miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância, a guerra e a morte.
Mas, se observarmos bem, veremos que Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, já decretou isso nas Suas soberanas leis.
É só uma questão de tempo para que essa situação se torne realidade.
Isso porque o Criador, que é a Sabedoria Suprema, não pode violentar o livre-arbítrio de Seus filhos, impondo uma perfeição que ainda estamos longe de alcançar.
Se Deus nos houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teríamos para gozar dos benefícios dessa perfeição.
Onde estaria o merecimento sem a luta? Além disso, a desigualdade existente entre as criaturas é necessária às suas personalidades.
Tudo isso colaborando com a harmonia do Universo.
Se todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria o caso de perguntarmos por que o governante de um país não faz de cada um de seus soldados um general?
Por que todos os empregados subalternos não são funcionários superiores? Por que todos os colegiais não são mestres?
Isso não é possível porque cada um dos seres humanos é único, tem suas próprias qualidades.
Por isso mesmo, cada um de nós tem missões diferentes sobre a Terra, conforme os graus de evolução em que nos encontramos.
Se todos os Espíritos encarnados na Terra estivessem no nível de Ghandi, Chico Xavier, Madre Teresa, Irmã Dulce, não haveria necessidade de nenhum decreto proibindo a miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância e a guerra.
Somos filhos do Senhor do Universo e somente nos cabe fazermos a nossa parte para que, um dia, a Terra seja um planeta ideal, onde reinem a paz e a felicidade.
Todos fomos criados simples e sem nenhum conhecimento, mas todos, sem exceção, temos como destino final a perfeição.
Portanto, todos nós seremos anjos um dia, só depende da nossa vontade.
E essa vontade também inclui a busca das verdades que regem a vida, ou seja, as leis divinas.
* * *
A miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância e a guerra, são problemas criados por nós mesmos.
Portanto, não precisamos ser Deus para abolir todas as misérias que nos causam dor e sofrimento.
Basta que queiramos, que nos empenhemos para isso, que estabeleçamos uma corrente firme, dando-nos as mãos, todos nós, com esse único propósito.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com frases iniciais de
artigo de João Manuel Simões, publicado no Jornal Gazeta do Povo,
de Curitiba, Paraná, em 11 de março de 2003 e na questão 119 de
O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed.
FEB.
Em 29.
6.
2021