Doação de aconchego – Redação do Momento Espírita 5/5 (2)

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Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus.

Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita.

Jesus ensina a discrição na prática do bem e a orientação nos chega pelas anotações evangélicas.

Tudo deve ser feito no silêncio, sem divulgação a terceiros.

Mais profundamente, o ensino recomenda que não se aguarde reconhecimento, retribuição ou gratidão, de qualquer ordem.

Alguns de nós levamos a recomendação muito a sério.
E providenciamos a cesta básica para a casa que sabemos necessitada, o leite especial para a criança portadora de dificuldade orgânica, o medicamento ao enfermo.

Há os que adotamos uma família por certo tempo ou período ilimitado e enviamos, toda semana, frutas, verduras, para que as crianças tenham alimentação sadia.

Outros adotamos um estudante, auxiliando-o no pagamento das mensalidades escolares.

Há muito bem sobre a Terra, praticado na surdina da generosidade.

Benefícios de que somente o beneficiário é conhecedor.

Vez ou outra, no entanto, algumas ações alcançam as mídias e surpreendem pelo desprendimento de certas pessoas.

Nessa guerra que nos machuca a alma, diariamente, acompanhamos o noticiário que informa o drama dos que abandonam seus lares, no intuito de salvar a própria vida.

A grande maioria é de mulheres e crianças, que chegam ao país estrangeiro com pouco mais de uma pequena valise, trazendo o extremamente essencial.

A Polônia, cuja fronteira com a Ucrânia dista apenas treze quilômetros, é um desses países que tem recebido refugiados.

Em uma estação de trem polonesa, um fotógrafo capturou a imagem surpreendente, enquanto documentava a chegada de pessoas em busca de asilo.

Ali, na estação, havia uma fila de carrinhos de bebê alinhados.
Carrinhos sem bebês, mas com suprimentos, com cobertores, com ursinhos de pelúcia.

Mães polonesas, sem se identificarem, deixaram ali para as mães ucranianas, quando chegassem.

Elas nunca saberão quem lhes ofereceu aqueles mimos.
Quem doou jamais saberá em que mãos foram parar as suas doações.

Que extraordinária prática do Evangelho.

Que gesto de delicadeza, de boas vindas.
Gesto de quem, como mãe, sabe o que outra mãe apreciaria ter para o seu bebê.

E se sentem bem recebidas as que deixam tudo para trás.
Com certeza, se emocionarão ao encontrar um carrinho aconchegante para depositar seu bem mais precioso: seu bebê.

O amor existe e suplanta tanto mal engendrado pelas bombas, pelos foguetes e pelos mísseis.

Ficamos a cogitar se os envolvidos nas lutas, ao tomarem ciência desse gesto tão acolhedor, não sentirão vontade de parar a batalha, pensando no outro como seu irmão.

Se um gesto de amor de um único ser humano tem o condão de alçar toda a Humanidade a um patamar mais alto, que se poderá dizer de tantos corações maternos que se unem para abraçar outros corações maternos?

Deus abençoe essas mães polonesas.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.
6,

versículos 1 e 3 do Evangelho de Mateus.

Em 17.
6.
2022.

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