169 – OS DEMÔNIOS SEGUNDO O ESPIRITISMO
Segundo o Espiritismo, nem os anjos nem os demônios são seres à parte, a criação dos seres inteligentes é una. Unidos a
corpos materiais, eles constituem a Humanidade que povoa a Terra e as outras esferas habitadas, separados do corpo,
constituem o mundo espiritual ou dos Espíritos que povoam os espaços. Deus os criou perfectíveis, deu lhes por
objetivo a perfeição, e a felicidade que dela é conseqüência, mas não lhes deu a perfeição, quis que a devessem ao seu
trabalho pessoal, a fim de que lhe tivessem o mérito. Desde o instante de sua formação, progridem, seja no estado de
encarnação, seja no estado espiritual, chegados ao apogeu, são puros Espíritos, ou anjos segundo a denominação
vulgar, de sorte que, desde o embrião do ser inteligente até o anjo, há uma cadeia ininterrupta, da qual cada elo marca
um grau no progresso.
Disso resulta que existem Espíritos em todos os graus de adiantamento moral e intelectual, segundo estejam no alto, em
baixo, ou no meio da escala. Há Espíritos, por conseqüência, em todos os graus de saber e de ignorância, de bondade e
de maldade. Nas classes inferiores, há os que estão ainda profundamente inclinados ao mal, e que nele se comprazem.
Querendo-se, pode-se chamá-los de demônios, porque são capazes de todas as ações feias atribuídas a estes últimos. Se
o Espiritismo não lhes dá esse nome, é porque se liga à idéia de seres distintos da Humanidade, de uma natureza
essencialmente perversa, votados ao mal pela eternidade e incapazes de progredirem no bem.
Do Livro: “O Céu e o Inferno”