A serpente e a virtude – Redação do Momento Espírita 5/5 (1)

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Em conhecida passagem do Evangelho, Jesus orientou Seus apóstolos a respeito da missão que teriam pela frente.

Ele afirmou que os enviava como ovelhas no meio de lobos.

Portanto, deveriam ser mansos como as pombas e prudentes como as serpentes.

Dessa narrativa, é possível extrair lições muito úteis.

Jesus exortou seus auxiliares mais diretos ao trabalho de evangelização.

Mas tratou de esclarecê-los quanto às dificuldades que encontrariam.

Em sua condição de homens bons e idealistas seriam como ovelhas no meio de lobos.

Essa significativa imagem persiste atual.

Ainda há muita maldade na Terra.

Os desonestos, os aproveitadores e os espertalhões continuam em grande número.

Embora o progresso verificado em dois mil anos, persiste como tarefa difícil viver com pureza e dignidade.

Daí, a cada dia, vale lembrar a lição de Jesus.

É preciso seguir em frente, viver e semear o bem.

Mas sem ser ingênuo e achar que o mundo é cor-de-rosa.

Constitui perigosa ilusão ver o bem onde não existe ou deixar de identificar o mal onde ele se encontra.

O cristão deve ser leal e generoso, mas não tolo.

Para dar cabo de sua tarefa, precisa ser manso como as pombas e prudente como as serpentes.

A mansidão é preciosa para evitar envolvimento com as correntes de ódio e intolerância.

A genuína bondade nunca se agasta, mesmo quando incompreendida e vilipendiada.

O idealista encontra a justificativa da vida em seu ideal, não no comportamento alheio.

Ainda que os resultados demorem ou pareçam não vir, ele segue em frente.

Contudo, não basta a mansidão.

Também é preciso usar de prudência.

Ou seja, ser prático e saber mensurar os meios de que dispõe para atingir os fins.

O ideal é importante para ter força em momentos difíceis.

Mas é inadiável perceber o mundo em que se vive.

Assim, o cristão é, ao mesmo tempo, doce e decidido.

Com doçura e energia, realiza sua tarefa no mundo.

Bondoso e idealista, mas também prático e lúcido.

Percebe as dificuldades dos que o rodeiam, mas ainda assim os estima e valoriza.

Por identificar as necessidades alheias, sem desprezar ninguém, é que pode ser sal da terra e luz do mundo.

Aliás, nesse sentido, a lição de Jesus é muito significativa.

Veja-se que o Mestre identificou virtude em uma serpente.

Trata-se de um animal habitualmente objeto de repulsa e medo e tomado por símbolo de coisas negativas.

Mas o Cristo utilizou uma característica sua e a realçou de forma positiva.

Em face de pessoas difíceis, convém agir assim.

Perceber suas virtudes e incentivá-las.

Gradualmente, o bem que se estimula e valoriza torna-se pujante, enquanto o mal perde a força.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

Disponível no livro Momento Espírita,

v.
10, ed.
FEP.

Em 1º.
2.
2024

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