Aos que já completaram 60 anos, parabéns! Primeiro de Outubro, Dia Mundial do Idoso – Pedro Fagundes

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            Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente da Legião Espírita de Porto Alegre Contribuição de Pedro

Se você, como eu, já completou 60 anos de idade, parabéns. Dependendo daquilo que a gente semeou no passado, a velhice pode ser a fase mais gloriosa da vida. O corpo naturalmente envelheceu, apresentando os sinais do desgaste produzidos pela passagem do tempo. Mas o espírito que anima esse corpo, que é o nosso verdadeiro eu, que já ex istia antes e vai continuar existindo depois, este não envelhece nunca porque é imortal e torna-se cada vez mais experiente.
Como seres espirituais que somos, vamos finalizando mais uma reencarnação no plano material, em processo de constante evolução, resgatando eventuais erros cometidos nesta ou em vidas passadas. Assim, nossa felicidade na velhice, não consiste em termos conseguido amealhar bens materiais, mas por termos alcançado a tão almejada paz interior, fruto de uma vida reta, moralizada e honesta. É a posse e o desfrute daquele tesouro que as traças não comem que a ferrugem não corrói, conforme nos ensinou Jesus.
Ao relembrarmos o passado que vai ficando distante, percebemos que não foram em vão os trabalhos e as canseiras normais em uma vida digna. Próximo vem o dia de voltarmos para a nossa cidade no plano espiritual, de onde há tanto tempo partimos. Um misto de esperanças e de receios pode então nos vir à tona. De esperança, pela certeza que temos de nossa imortalidade, da continuação da vida em outros espaços luminosos do Universo, na companhia dos entes que amamos e que nos precederam nessa viagem. E de receio por sentirmos que vamos nos deparar outra vez com algo que já tínhamos esquecido e que agora nos parece estranho e desconhecido, a experiência da separação do corpo material.
Na fase atual, que transita rapidamente, vivemos a condição das velhas árvores, tema de inspiração ao soneto do mesmo nome de Olavo Bilac, com o qual homenageamos a todos os que já atingiram a condição de idosos.
Velhas Árvores
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas.

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos
Dando sombra e consolo aos que padecem!

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