O amigo importuno e o juiz iníquo

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      Pedro Fagundes Azevedo Contribuição de Pedro Fagundes Azevedo, de Porto Alegre

O Amigo Importuno e o Juiz Iníquo

Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente por três gestões da Legião Espírita de Porto Alegre.

Esta, quem contou foi Jesus. Um homem, altas horas da noite, vai à casa de um amigo, bate ruidosamente à porta e lhe diz: Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um amigo meu, e eu não tenho o que lhe servir. Impaciente, o outro lhe responde, sem sair da cama: Deixa-me em paz! Já estou no quarto com os meus filhos e não posso levantar-me. Teimoso, o de fora continua a bater e a insistir no pedido. Até que, finalmente, o de dentro se levanta e atende o pedido, não por ser seu amigo, mas para se ver livre da importunação e poder dormir. (Evangelho de Lucas 11, 5-8).
Nessa mesma linha de raciocínio, Jesus contou também a parábola de uma pobre viúva, explorada por um homem rico e prepotente. Ela vai ter com um juiz que não teme a Deus nem respeita homem algum e que não está disposto a atendê-la. E durante muito tempo a coisa permanece assim. Até que um dia o juiz pensou com os seus botões visto que esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça para que não venha continuamente atormentar-me. (Lucas 18, 1-5).
O que Jesus procurava enfatizar nestas duas parábolas? A necessidade de pedirmos, através da oração. Pedi e recebereis, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á. Tudo o que perdides ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará. Orai, nunca deixeis de orar. E assim por diante. É claro, porém, que o motivo material e egoísta dos dois importunados não tem cabimento no plano espiritual. Porque todo aquele que pede recebe; e o que busca, encontra; e ao que bate, se lhe abrirá. (Lucas 11, 10). Os três verbos pedi, buscai e batei revelam a necessidade da persistência. Deus jamais sente-se importunado por nossos pedidos, nem vai nos atender só para se ver livre da nossa insistência. Jesus apenas exagerou a atitude dos incomodados para realçar a necessidade que todos nós temos de pedir, buscar, bater à sua porta.
Entretanto, pode-se perguntar: Por que essa necessidade absoluta que temos de pedir, se Deus é onisciente e sabe perfeitamente de tudo o que precisamos antes mesmo de lhe pedirmos? Acontece que a força da prece muda a natureza de quem ora. Cria, em nós mesmos, uma disposição mental que permite receber a luz divina para clarear o caminho. Suponhamos que alguém esteja, em pleno meio-dia, numa sala totalmente às escuras, de janela fechada. Se abrir a janela um pouco, vai receber um pouco de luz solar. Mas, se abrir muito, obviamente, vai receber muito mais dessa luz. A prece abre as janelas da nossa alma. Pode ter por objetivo um pedido, um agradecimento ou uma glorificação.
Podemos orar por nós mesmos, pela nossa família ou por outras pessoas, pelos vivos e pelos que já não estão fora do corpo material, pelo nosso país e por toda a humanidade. A qualquer hora, em qualquer lugar, mas principalmente à noite, antes de dormirmos e pela manhã, aos nos levantarmos. E não precisa ser uma prece longa demais, pois não é pela multiplicidade das palavras que seremos atendidos, mas pelo sentimento que colocarmos nas mesmas. Se você não costuma orar, não imagina o bem que está desperdiçando. Experimente. Persevere. Você vai poder sentir em sua vida as recompensas da oração.

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