VIVER É PRECISO

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VIVER É PRECISO!

Amado irmão,

Objetivando enfocar um assunto delicado conhecido como síndrome depressiva  que se manifesta sem causas aparentes desencadeando processos de desequilíbrio emocional, moral e espiritual, é que me sinto na obrigação de transcrever minha visão espiritualista do assunto em pauta, objetivando minha contribuição fraternalàqueles que ora sucumbem nas circunstâncias do desespero sem entender os meandros das provações de toda ordem a que são submetidos.

Oportuno, esclarecer que apesar deste meu entendimento, eu, na condição de ser humano imperfeito exercito provações similares, também carecendo de coragem e fé para não sucumbir ante as provas oriundas de nossas necessidades vitais de evolução, seja no resgate de vidas pretéritas ou no burilamento de nosso SER visandoà paz e harmonia que almejamos.

É necessário, portanto, fazermos uma preleção para que o irmão depressivo possa suscitarà LUZ do esclarecimento que lhe assegurará melhor o entendimento da RAZÃO do SER (viver) e do ESTAR (a forma de viver).

André Luiz cita nas suas obras mediínicas que os estados da mente são projetados sobre o corpo através dos bióforos que são unidades de força psicossomáticas, que se localizam nas mitocôndrias. A mente transmite seus estados felizes ou infelizes a todas as células do nosso organismo, através dos bióforos. Ela funciona ora como um sol irradiando calor e luz, equilibrando e harmonizando todas as células do nosso organismo; e ora como tempestades, gerando raios e faíscas destruidoras que desequilibram o SER através do ESTAR.

Segundo Emmanuel, a DEPRESSÃO interfere na fisiologia celular, contribuindo para o aparecimento de cânceres e de outras doenças imunológicas em função da perda de energia vital que promove o equilíbrio funcional e defesa do organismo nas intercorrências infecciosas.

A perda desta energia vital (vibrações negativas) é consequência da falta ou baixa interação harmônica com o Universo e Deus, estabelecendo na pessoa uma frequente oscilação de alta e baixa auto-estima, afastando-a de si mesmo e quebrando o Elo Divino com o Criador e mensageiros de Luz da Espiritualidade Maior que poderia auxiliá-la sugerindo-lhe a solução de suas pendências e embates terrenos.

O frequente pensamento no sentimento de auto-compaixão, tristeza e lamentações o faz desperdiçar esta energia vital, além das consequências inevitáveis de expandir seu sofrimento a todos que com ele convive, quando manifesta em gestos, atitudes e queixumes as supostamente injustiças sofridas que lhe dilaceram o coração tornando-o amargo nas relações humanas e que se tornam iníquas consigo mesmo.

A depressão está frequentemente associada a dois sentimentos básicos: a tristeza eà culpa degenerada transformada em remorso. Quando por algum motivo transgredimos a lei natural, a consciência nos acusa e automaticamente manifestamos inconscientemente duas formas de reação.

1 – Erro>Consciência>Arrependimento>Tristeza>Reparação.

2-Erro>Consciência> Sentimento de Culpa – Remorso ( idéia fixa ) > Depressão.

Uma reação (1) seria a conduta natural, compreensível e ideal para o nosso aperfeiçoamento. Uma vez que tomando consciência de nossas imperfeições e erros cometidos, deveríamos nos aceitar como tal e empreendermos o processo de regeneração interior através das oportunas lições reparadoras. Porém, nem sempre temos coragem de admitirmos nossos erros e fraquezas.

Vivemos uma época em que a sociedade não faculta o direito de errar. Daí advémà outra opção (2) que se torna a mais cômoda porque nos desviamos da causa e da coragem de enfrentarmos a culpabilidade de nossos atos impensados para resolvê-los. Então, sem nos importarmos com as suas consequências nos deixamos ser envolvidos pelo sentimento de autopunição com idéias obsessivas compulsivas, e ai se instala a síndrome depressiva  que varia de grau conforme o tempo e circunstâncias em relaçãoà causa e efeitos.

Outra situação que nos levaà depressão é citada pelo espírito de François de Geneve no Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 5 (A Melancolia), onde relata que uma das causas da tristeza que se apodera de nossos corações fazendo com que achemos a vida amarga é quando o Espírito aspira a liberdade e felicidade da vida espiritual; mas, sentindo-se presoà vestimenta corpórea, se frustra, cai no desencorajamento e transmite para o corpo a apatia, se sentindo infeliz. Para François Geneve então, a causa inicial é esta ânsia frustrada de liberdade almejada pelo espírito encarnado, acrescido das atribulações da vida com suas dificuldades de relacionamento interpessoal, intensificada pelas influências negativas de espíritos encarnados e desencarnados.

Outro fator que está determinando esta incidência alarmante de depressão nos nossos dias é a sensação de isolamento apesar de vivermos cercado de pessoas e informações tecnológicas, bem como, de compromissos diversos com o consumismo de toda ordem na busca incessante do preenchimento do vazio interior através da competitividade em ser sempre o melhor, do prazer fugaz, da vida atribulada e neurotizante em que não sobra tempo se quer para si mesmo. Daí sente sozinho porque se esqueceu de valorizar a família, os amigos, o bate papo descontraído com pessoas diferentes que promove a interação e somatização de experiências vividas.

Diante da multidão, da parafernália tecnológica virtual, da formação cultural e poder  que detém no contexto social, da abundante riqueza material, de inímeras pessoas que se relaciona, mesmo assim, se sente SÓ, carente do AMOR imperioso da companhia dos demais irmãos, pois ninguém vive sozinho.

Normalmente pessoa com este perfil, adota uma máscara  que utiliza inevitavelmente para dissimular sua fragilidade, orgulho e egoísmo. Exige carinho, respeito e atenção dos outros, sem se preocupar em retribuir da mesma forma para com os outros. Faz-se de vítimas frequentemente, sem fazer auto-análise de seu comportamento. O equilíbrio emocional e sensação de felicidade atrelam-seàs circunstancias de suas advindas conquistas exteriores. A primeira frustração que se depara, não tolera, e em consequência, expõe suas fraquezas aos outros motivando um quadro de depressão decorrente de um vazio de sentimentos.

Um indivíduo quando a auto-estima está debilitada perde a capacidade de se amar, e consequentemente passa a ter dificuldade de amar o semelhante, pois o sentimento de amor, de generosidade para com o próximo, é um sentir de dentro para fora. Este sentimento de amor ao próximo, nada mais é do que uma extensão do nosso amor, da nossa sintonia com o Deus interior que temos em nós. Portanto, a pessoa que tem dificuldade nesta composição de amar a si e, por consequência, amar o próximo, deixa de receber o amor e a simpatia do outro, e obstrui a sintonia com a fonte sublime inesgotável do Amor Divino. Nós limitamos aquilo que recebemos de Deus, na medida do quanto doamos ao próximo. Quem ama muito, muito recebe. Quem pouco ama, pouco recebe. Esse afastamento de si, e, por conseguinte de Deus, gera a tristeza, o vazio, a depressão e a manifestação efetiva da doença.

A depressão é um sintoma que nos diz que não estamos nos amando como deveríamos .

As providências para sairmos dela é preencher este vazio com a recuperação da auto-estima e do amor em todos os sentidos. Primeiro, procurando nos conhecer e nos analisar, com o intuito de nos descobrirmos, sem nos julgarmos, sem nos punirmos ou nos culparmos. E depois, nos aceitarmos como somos, com todas as nossas limitações, mas sabendo que temos toda potencialidade Divina dentro de nós, esperando para desabrochar como sementes de luz. Isto nada mais é do que desenvolver a FÈ em SÍ e no CRIADOR, sentimento este que transforma e que nos liga diretamente a Deus.

Uma pessoa consciente de sua riqueza interior passa a ter segurança e fé nas suas potencialidades infinitas, começando a gostar e acreditar em si, amando-se e a partir de então, sentindo necessidade de expandir este sentimento a tudo e todos. Começa assim o despertar para os verdadeiros valores da vida espiritual, se transformando numa pessoa feliz e sorridente, pois onde existe seriedade, há algo de errado; a seriedade está ligada ao ser doente. Sorria e seja feliz amando e servindo sempre.

A terapia contra a depressão se baseia no AMAR E NO SERVIR, se envolvendo em trabalhos íteis a serviço do bem. Seja no trabalho profissional, no trabalho ou no lazer. No servir ao próximo, o indivíduo se ocupa, exercita o amor, esquecendo-se das lamentações, pois a infelicidade faz seu ninho no vazio dos corações angustiados. Dificilmente conheceremos um deprimido, entre aqueles que trabalham a serviço do bem. Para doarmos este amor, não basta somente fazermos obras de caridade, temos que nos tornarmos caridosos; antes de fazermos o bem temos que ter prazer em ser bons. Toda doação deverá ser acompanhado de boa dose de afeto e carinho. As pessoas estão com fome  de amor, carentes de um ombro amigo, de calor humano, de um abraço fraterno, de um aconchego, ou de uma palavra de carinho, ou apenas, um simples sorriso. Às vezes, com um sorriso, um bom dia, um olhar afetuoso, nós estamos doando e recebendo energia vital. Transmitindo vida.

O homem alcançou um enorme progresso intelectual, satisfazendo suas necessidades materiais com os avanços tecnológicos. Porém, ainda se depara com enormes dificuldades na convivência fraterna com o seu semelhante. Estamos cada vez mais próximos um dos outros através dos meios de comunicação e, no entanto, mais afastados emocionalmente. Agora, o homem está sentindo a necessidade premente de desenvolver a afetividade, de se envolver, de amar e sentir o seu semelhante.

Temos que ressuscitar e liberar a criança que está esquecida dentro de nós. Para resgatarmos esta criança que adormece em nós, é necessário que vejamos o mundo de forma positiva e otimista. A nossa criança interior, geralmente se encontra retraída e oprimida, porque a vida nos apresenta de forma desagradável; ainda não vivemos de forma natural, espontânea e isto gera ansiedade e sofrimento. Como a criança é movida pelo prazer, ela se recolhe e não se manifesta.

A criança não se julga e não se pune. Ela apenas vive o hoje, o agora, integrado perfeitamente a Deus eà natureza. Deixai vir a mim as criancinhas porque o reino dos céus é de quem vos assemelham – com estas palavras quis Jesus dizer que teremos que ser puros, autênticos, integrados com a nossa natureza Divina, sem fugas ou máscaras, para alcançarmos a nossa evolução espiritual. Ter atitudes simples, como lidar com animais, brincar com crianças, atividades criativas como a pintura, tocar um instrumento, fazer pequenas tarefas domésticas, cozinhar, manter uma conversa amena, contar um caso, ver um bom filme, escutar uma mísica, cantar, sorrir, ouvir com atenção, olhar com ternura, tocar as pessoas, abraçar, fazer um elogio sincero, curtir a natureza, admirar o por do sol, etc. Estas são tarefas que muito lhe ajudará a reencontrar o equilíbrio e a harmonia interior.

Manter sempre o bom humor. Aquele que tem no ideal de servir uma meta de vida, será sempre uma pessoa feliz. Na vida o que mais importa é o amor e o bem querer das pessoas, viver suas emoções; não se deixar afetar por coisas pequenas. Muitas vezes nos deixamos abater por problemas, que se olharmos com olhos de Espíritos Eternos em passagem pela Terra, não daríamos vazãoà sua insignificância.

Substituir sentimentos de auto-piedade por vibrações em favor dos que sofrem. Se olharmos com atenção e interesse ao nosso redor, veremos que existem pessoas com problemas muito piores, que o nosso a pedir socorro.

Procurar praticar atividades físicas regulares, como a caminhada, um esporte, um lazer. A mente parada começa a criar pensamentos negativos, que se assemelham aos lixos amontoados dentro de casa. Com estas atividades, você estará desviando sua mente destes pensamentos deletérios.

Tornar-se empreendedor, dinâmico, criando idéias novas e construtivas em benefício do semelhante, com motivação para implementá-las, junto ao grupo ou a comunidade que pertence. Não fique estagnado esperando que a coisas aconteçam em seu favor. Aja em favor do próximo e não se surpreenda se você for o mais beneficiado.

Leitura edificante, uma conversa com um amigo, um terapeuta ou um orientador espiritual, ajuda você a ver o problema por um prisma diferente.

A oração é um recurso indispensável no processo de recuperação. Através dela estabelecemos sintonia com a Espiritualidade Maior, facilitando o caminho para que nos inspirem e revigorem nossas energias.

Não nascemos para sofrer. A vontade de Deus é a nossa alegria e a nossa felicidade. Se sofrermos é por nossa causa. Os nossos problemas e nossas dificuldades devem ser interpretados como instrumentos para nossa evolução. Nunca devemos nos deprimir ou nos revoltar contra eles. O melhor aprendizado é aquele que tiramos de nossa própria experiência de vida.

O Vocábulo crise em algumas línguas pode ter dois significados: a oportunidade ou perigo. Oportunidade de crescimento ou perigo de queda. O que importa é sabermos que os problemas, que deparamos na vida só surgem quando já temos condições de solucioná-los. Como disse o Mestre Jesus: O Pai não coloca fardos pesados em ombros fracos. Deste modo, ficamos mais fortes ao saber que temos todas as condições interiores, para enfrentar as dificuldades que a vida nos apresenta.

Devemos ter consciência, que acima de tudo, tem um Deus maior a zelar por nós e que nunca nos abandonará. Confiar em Jesus e seguir seu exemplo de vida: Eu sou o Bom Pastor; tende bom ânimo; não se turbe o vosso coração; vinde a mim vós que andais fatigados, cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei.

Dessa forma, espero que tenha com esta leitura sacudida a poeira deletéria  dos sintomas depressivos que o acompanha. Na expectativa de poder receber uma notícia de nossa colaboração, desde já, manifesto os mais sinceros votos de restabelecimento e o desejo de revê-lo a sorrir e FELIZ por estar em nosso convívio.

Palmas, 28 de outubro de 2008.

Roberto Luiz e outros autores

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