Decepções

Decepções

Quando passamos por momentos de desencanto,a verdade mostra-se como realmente é,e,começamos a pensar que aquela desilusão, aquele desencanto tão intolerável veio conspirar contra a tão almejada felicidade.

Se é verdade que todos já vivenciamos a desilusão, também é verdade afirmar que a consideramos como um ladrão sorrateiro que vem roubar a nossa humana sede de ser feliz. Mas que tal começar a pensar que a desilusão é algo ítil e positivo e que um episódio negativo, constitui-se como um atenuante a nossa evolução espiritual? Afinal,ainda vivemos em um mundo de provas e expiações, onde há a presença da velha professora dor, que veio nos visitar, e não deve ser vista como uma mensageira punitiva, mas oportuniza-nos a refletir sobre as escolhas inadequadas que fazemos.

Diante da possibilidade de avaliar a nossa particular desdita, impondo silêncio as nossas murmurações, veremos que somos nós que criamos as ilusões,esperando que os outros alimentem a nossa falsa expectativa, dando-nos uma criação mental falsa, desejando que ela seja ou aja de acordo com nossos gostos, nossos desejos. O dicionário conceitua desilusão como sendo a perda da ilusão; é aquela visão falsa,enganosa, a respeito de algo ou alguém.

A pergunta 940 do Livro dos Espíritos, questiona: a) – Mas, nesse caso,não há quase sempre uma vítima inocente? Os imortais responderam: Há e para ela é uma dura expiação. Mas, a responsabilidade da sua desgraça recairá sobre os que lhe tiverem sido os causadores. Se a luz da verdade já lhe houver penetrado a alma, em sua fé no futuro haurirá consolação. Todavia,à medida que os preconceitos se enfraquecerem, as causas dessas desgraças intimas também desaparecerão. Lembrai-vos de que o próprio Mestre Jesus foi, quando no mundo, injuriado e menosprezado, tratado de velhaco e impostor,e não vos admireis de que o mesmo vos suceda… A ingratidão é uma prova para a vossa perseverança na prática do bem; servos-á levada em conta e os que vos forem ingratos serão tanto mais punidos, quanto maior lhes tenha sido a ingratidão.

Perceber as coisas como realmente são, é prova de maturidade para que evitemos as fantasias inconscientes da realidade. Mudemos, então, nossa ótica com relaçãoà desilusão. Procuremos ver nesse acontecimento um fator de crescimento pessoal e espiritual, como o momento de retirar dos olhos a venda que nos impedia de enxergar com clareza e lucidez.

A desilusão poderá causar momentos de intensa tristeza,levando-nos a estados depressivos e de isolamento. Caso não consigamos superá-los com nossos próprios recursos, busquemos ajuda através da psicoterapia, da meditação e da prece, a fim de que estejamos sintonizando com espíritos amigos que nos auxiliarão com bons pensamentos e as energias salutares.

Que as decepções experimentadas não sirvam para nos afastar das pessoas, fazendo-nos temer os relacionamentos, pois somos seres sociais,considerando que fomos criados por Deus para vivermos juntos, nos auxiliando e amparando, não exigindo do outro aquilo que ele não pode dar.

A natureza deu ao homem a necessidade de amar e ser amado. Um dos maiores prazeres que lhe seja concedido sobre a Terra é o de reencontrar corações que simpatizam com o seu, o que lhe dá as premissas de uma felicidade que lhe está reservada no mundo dos espíritos perfeitos, onde tudo é amor e benevolência: é um prazer negado ao egoísta.