Coisas que nunca esquecemos – Redação do Momento Espírita 5/5 (1)

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Existem etapas da vida que nos marcam profundamente.
Não falamos de traumas, de perdas, de dores superlativas, que nos deixam cicatrizes de difícil recuperação.

Falamos de acontecimentos positivos que assinalam um momento especial que define ou redefine as nossas vidas.

Nossa primeira professora, aquela que nos tomou a mão, desenhou um símbolo e disse que aquilo era uma letra.

Lembramos que o céu se abriu, e despertamos para o mundo da leitura.
A primeira frase lida.

Muitos de nós guardamos, na memória do coração, esse momento como inesquecível.
O velho quadro de giz, verde, as letras bem desenhadas como numa pintura celestial.

O que foi escrito na lousa que nunca mais esquecemos?

O céu é azul.
O sol é amarelo.

Não esquecemos a viagem fantástica pelo mundo da literatura quando chegamos à China, com o navegador Marco Polo.

Ou quando imergimos, com escafandro, nas profundezas do oceano com Julio Verne.

Uma mãe amorosa nos confessou que lembra da emoção que foi acompanhar a leitura do primeiro livro de sua filha: O pato e o sapo.

Ela guarda o livro até hoje, com anotações do dia e hora em que o milagre aconteceu.

Foi na sala, com pai, mãe, tia, todos atentos para ouvir o diálogo entre o pato e o sapo.

Sapo, você nada? Pato, você pula?

Uma história de amizade e solidariedade.

Muitas gravuras, poucas frases.
Um encanto.
Descoberto o mundo extraordinário das letras, dos símbolos que formam poemas, contam histórias, fazem rir ou chorar.
Emocionam.
Deslumbram.

Em um treinamento para trabalhadores de uma sociedade benemérita, o coordenador surpreendeu aos quase duzentos participantes com o relato de sua experiência.

Lembrou de seus quatro anos de idade quando, adentrando a sala de Evangelização, aprendeu uma canção.

Recordando, ele tornou a ser menino, adoçou a voz e, num encanto, transportou a todos ao ontem, enquanto cantava os versos profundos em sua singeleza:

Seareiro, seareiro.
Vamos que o dia já vai começar.

Olha o brilho do sol, seareiro, nos convidando a trabalhar!

Vê como é vasta a seara, chamando o trabalhador.

Vem, seareiro.
A seara é de amor!

* * *

Cada um de nós tem um fato, uma música, um momento, uma ação em sua vida que segue conosco.

O dia em que assistimos a um concerto, no Teatro da cidade, ao lado de um amigo querido.

O dia em que chegamos aos pés da estátua do Cristo Redentor, no morro do Corcovado, no Rio de Janeiro.
Não é que nos sentimos um tanto mais perto do céu?

Até mesmo os que fomos abraçados pelo velho alemão Alzheimer temos lembranças que assomam à memória e nos remetem ao passado, a algum momento de magia e encantamento.

Algo que a alma arquivou, o coração selou e nossa alegria perenizou.

Algo que nos fez bem, nos acalentou.
Um abraço de mãe na noite de tempestade.
O bater do coração da amada quando a convidamos a fazer par conosco, para o resto das nossas vidas.

Um pôr do sol como jamais tornamos a ver, numa tarde de primavera, em um local paradisíaco.

Os quadros de beleza de um jardim por onde andou um poeta, um inventor, um sábio.

Um dia de luz.
Jamais esquecido.

Redação do Momento Espírita

Em 28.
2.
2024.

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