Depois da chuva; depois das guerras;
Depois da colisão com Andrômeda;
Depois que tudo voltar a ser Atlântico;
Depois do sol apagado; das ilusões desfeitas;
Do impermanente.
Depois do material e do irreal;
Ainda eu; ainda Deus.
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Uma aflição se abate sobre a Humanidade quando se fala em depois, quando se fala no que vem após isso tudo, após a vida, após o planeta.
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A lei de destruição atua incessantemente, renovando o que é material e mostrando a continuidade do incorpóreo.
O nosso sol tem data para se apagar.
O planeta Terra, como conhecemos, após cumprir bravamente seu papel, não mais poderá ser habitado por seres como nós.
Nossa galáxia está em rota de colisão com a vizinha, Andrômeda.
Estima-se que, em quatro ou cinco bilhões de anos, teremos uma nova galáxia formada.
E o que será da Humanidade?
Não nos preocupemos.
Todos esses fenômenos fazem parte das leis do Universo.
Quando chegar esse tempo e, eventualmente, o planeta não mais propiciar condições à vida como conhecemos, já estaremos habitando novos astros no Universo.
A Terra não é o único planeta destinado às provas e às expiações.
Ainda pensamos pequeno.
As distâncias e os números nos assustam e nos perdemos nos cálculos.
Muitas vezes, nem a imaginação alcança a grandiosidade do que temos à nossa volta.
Não nos preocupemos.
O que é impermanente passa.
O que é permanente fica.
Depois de todas essas revoluções, depois de tudo que possa acontecer, ainda seremos nós e ainda teremos Deus.
Dependendo apenas de nosso próprio esforço, seremos cada vez mais lúcidos, mais inteligentes e mais amorosos.
Mais à frente poderemos auxiliar na instalação de novas Humanidades aqui e ali.
Espíritos novos, que iniciem seu processo evolutivo, vão precisar daqueles que possuem experiência e estejam aptos a lhes dedicar atenção e compreensão.
Muito nos espera.
Não foi de forma leviana que o Espírito perfeito que esteve na face do planeta nos confessou: Podeis fazer o que eu faço e muito mais!
Que bela declaração! Que visão de futuro! Jesus enxergava o potencial de cada um daqueles que estávamos ali, ao Seu lado, recebendo a oportunidade bendita de ouvir a verdade da Sua boca.
Por isso, não nos aflijamos com o futuro.
Por vezes, a lei de destruição nos assusta.
Mas, lembremos que depois de tudo, ainda seremos nós mesmos e ainda teremos Deus.
As coisas, os lugares, as paisagens, o planeta – tudo pode ser destruído.
Haverá, no entanto, outras localidades, outras paisagens e ainda nós, ainda nossos amores e ainda nosso Criador.
Não vos inquieteis pelo dia de amanhã.
Cuidemos do hoje, cuidemos de amar e de aprender tudo que possamos em cada encarnação.
Este é o tempo que temos.
E que o depois cuide do depois.
Asserenemos a alma.
Trabalhemos com confiança e a certeza de que há planos imensos para nós e para tudo que nos envolve.
Depois do material e do irreal,
Ainda eu, ainda Deus.
Redação do Momento Espírita, com base
no poema Ainda eu, ainda Deus, de
Em 26.
3.
2024.