Sombras, Vozes e Arrepios – Pedro Fagundes Azevedo

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            Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente por três gestões da Legião Espírita de Porto Alegre Contribuição de Pedro

Se você nunca experimentou uma das sensações contidas no título acima, provavelmente conhece pessoas que já passaram pelas mesmas, até mais de uma vez. Surgem de forma instantânea, passam rapidamente e somem sem deixar vestígios. Este fenômeno, ainda não catalogado pela ciência oficial, pode referir-se à faculdade mediúnica, presente na vida de todos nós, não dependendo de idade, sexo, condição social ou religião. Ao sentir um desses sintomas, os antigos costumavam exclamar: Cruzes, a morte acaba de passar bem aqui, pertinho de mim. O próprio Allan Kardec, ao codificar a doutrina espírita, perguntou se os espíritos poderiam influenciar nossas vidas. E a resposta que eles deram foi curta e objetiva: Influem muito mais do que podeis imaginar.

O fato é que convivemos com essa outra humanidade do plano espiritual e não nos damos conta da sua existência. A Bíblia confirma: somos rodeados por uma grande nuvem de testemunhas (Hebreus, 12). É constituída pelas pessoas que morreram e que, quando na vida terrena, não foram nem boas, nem ruins o suficiente para herdarem o céu ou inferno. Então, ficam por aí, vagando, na condição de espíritos. Algumas voltam para suas antigas moradias e tentam aproximar-se de seus familiares por diversos meios. Mas, como é natural, eles não conseguem percebê-las. Outras dão vazão as suas tendências negativas, frequentando prostíbulos, casas de jogo e de bebedeiras, influenciando as pessoas que lá se encontram e compartilhando de suas emoções. E há também as que sentem prazer em fazer o mal pelos mais variados motivos, como o de praticar uma vingança.

O conhecido orador espírita Divaldo Franco, conta que no início de suas atividades doutrinárias era perseguido por um espírito das sombras. O obsessor procurava se vingar de um erro cometido por Divaldo em uma vida passada e agora estava sempre a lhe causar complicações. A tal ponto que, em determinada ocasião, um desconhecido chegou a agredir o médium, por engano, sob a influência deste obsessor. Um dia, porém, uma criança recém-nascida foi deixada à porta da Mansão do Caminho, instituição de caridade, criada e dirigida por Divaldo Franco na capital da Bahia. O médium, como sempre, a acolheu com todo o amor e carinho, cuidou dela e a encaminhou na vida.

Tempos depois, o antigo espírito perseguidor lhe apareceu de novo e confessou que, com aquele ato de piedade, Divaldo o tinha emocionado e convencido. Aquela criança era um espírito muito ligado ao obsessor, em outra vida, tendo ele ficado muito grato e impressionado pela fraternal acolhida que foi dispensada a mesma. Assegurou a Divaldo que não mais o perturbaria. E, de fato, a partir daquele instante cumpriu fielmente o prometido. Mais uma vez, como já observara Shakespeare, registrou-se assim que entre o Céu e a Terra há muita coisa que a nossa vã Filosofia não alcança.

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