Viúva de Fernandão encontra lenitivo na doutrina espírita

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      Pedro Fagundes Azevedo, ex-presidente e atual conselheiro da Legião Espírita de Porto Alegre Contribuição de Pedro

A revista Donna, que acompanha edição domingueira do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, trouxe neste 16 de novembro matéria de seis páginas com a entrevista concedida a Mariana Kalil por Fernanda Bizzotto Costa, viúva do jogador Fernando Lúcio da Costa, o Fernandão – um profissional diferenciado dos nossos gramados de futebol. Em 2006, Fernandão eternizou sua imagem no clube gaúcho Internacional ao erguer as taças da Libertadores e do Mundial de Clubes. E veio a morrer cedo demais, aos 36 anos, em acidente de helicóptero, num dos braços do rio Araguaia, há cerca de cinco meses. Nesse período quase nada foi noticiado sobre o destino de sua família, parte em razão do temperamento reservado de sua esposa que assim procura melhor elaborar o seu luto.
Radicada atualmente em Porto Alegre, com os filhos gêmeos de doze anos, mais sua mãe Alzira, Fernanda diz com a voz embargada que ainda vive uma fase de aparente incredulidade. Parece que a cabeça não processa, sabe? tenta explicar à repórter, numa em entrevista que adiou enquanto pode. E acrescenta, com um olhar distante, Algumas pessoas acham que ainda não caí na realidade, mas caí, sim. Entendi tudo o que aconteceu desde o primeiro dia. Só que tem vezes em que me pego longe, olhando tudo como se fosse uma terceira pessoa. Casar com um jogador de futebol é ser capaz de estar constantemente trocando de lugar e recomeçando. E, de alguma forma, a vida sempre me ensinou a recomeçar.
A entrevistadora pergunta se ela procurou ajuda médica neste momento difícil. Ela responde afirmativamente mas salienta que os medicamentos antidepressivos provocavam tanto sono que ela só queria saber de dormir, outro motivo para sentir-se mais depressiva. Até que achou melhor interromper o tratamento. O que me ajuda a superar a perda é ter a convicção de que fiz tudo o que estava ao meu alcance pelo Fer. Vivi intensamente por ele. Estou em paz. Se este é o preço a pagar pelo privilégio que eu tive, então eu aceito. A seguir, ela fala sobre vários assuntos, como o futuro dos filhos, que são a razão de seu viver, a decisão pelo sul do país e a busca da espiritualidade em Jesus.
Uma das pessoas que estava no acampamento e viu o helicóptero cair é espírita. Foi ele um dos dois amigos que ficaram com o Fernando no colo, respirando, ainda por uns 40 minutos. Ele me convidou para ir a um centro espírita, em Goiânia. A partir daquele dia, me senti mais forte. Eu costumava chamar bastante o Fernando. Depois que frequentei o centro espírita, tenho procurado fazer isso o mínimo possível. Segundo o Espiritismo, este é um momento em que ele está fragilizado demais, apesar de nunca ter sido fraco. Fernando era uma cara muito, muito família – e me amava demais. Então, eu me coloco no lugar dele. Se fosse eu que tivesse ido embora e deixado as crianças, não sei se aguentaria uma energia me chamando e me querendo aqui. Eu sei que ele está bem, em um lugar maravilhoso, mas também acredito que deve estar sofrendo muito por estar longe de nós. Então, evito de ficar chamando por ele. Se eu estou sofrendo, pelo menos tenho as crianças perto de mim, e ele?, quest iona Fernanda.
Quem estuda a doutrina espírita sabe que todas as respostas estão no Consolador prometido por Jesus, revelado através do Espiritismo (Evangelho de João, XIV 15 a 17 e 26), e que vem, no tempo certo, levantar o véu do mistério lançado propositalmente pelas antigas religiões sobre a continuidade da vida.

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