Direito á Vida – Um abortado

Our Score
Click to rate this post!
[Total: 0 Average: 0]
Download PDF

            Contribuição de Antonio Celso Poltronieri

Eu reencarnaria num lar bem equilibrado, seria um menino saudável e teria braços doces para me embalar os sonhos.

Preparava-me, despedi-me dos amigos no plano espiritual e entrei para a câmara que preparava os seres para reduzirem seu espírito para tornar à forma de um feto.

O sono me dominou e sonhei um sonho de vida. Não percebi quando me agasalhei
no ventre de minha mãe.

Eu dormia docemente. Os meses passaram e de repente eu despertei, feto-homem, com a compreensão de uma dor intensa, atroz.

Minha mãe chorava e o médico lhe dizia:
– É melhor assim, minha senhora. Seu marido, metalúrgico, desempregado, sua
filhinha com rubéola e essa criança poderá nascer deficiente.

O que será de vocês escravizados ao berço de um deficiente mental ou cego?

– Doutor, não existe chance dele nascer normal? Eu não quero abortar.
– A senhora me agradecerá, verá.

Eu fui dilacerado em mil pedaços e jogado num cesto branco que ficou vermelho do meu sangue vivo. Meu Deus! Quanto horror!

Eu acompanharia toda a programação do meu corpo, eu seria feliz, seria uma inteligência muito acima da média.

Quanta dor após o trágico aborto. Fui socorrido por enfermeiros da Colônia onde eu me abrigava. Soluçava e com os passos magnéticos retomei minha forma de adulto.

Porque? perguntei. Não olhei para traz nem julguei. Infelizmente decidiram pela minha morte e nada podemos fazer.

O lote de vacinas da sua irmã estava vencido e diante desse fato disseram para você uma anormalidade que você não teria.

São as decisões humanas que nem sempre se assemelham às decisões de Deus.

Voltei para os braços dos amigos que me consolaram. Meus olhos se abriram para a realidade brutas dos conceitos terrenos.

Eu seria normal e se não fosse? Eu teria o mesmo direito à vida. Precisamos ressarcir nossos débitos, precisamos ter o direito de nascer. Eu, que sonhei um belo
sonho de vida! Vivi um doloroso pesadelo de morte. E o médico vive em paz. E meus pais aguardam melhores dias para me receber novamente.

Eu espero meu dia chegar e receber meu sopro de vida num doce acalento de amor.

Eu espero nova chance, novo dia para renascer na terra e sonhar novamente num berço com cheiro de talco e muitas mamadeiras, meu sonho de vida.

Um abortado

Mensagem psicografada pela médium Shyrlene Soares Campos, no Núcleo Servos Maria de Nazaré – Uberlândia-MG

Loading