É imperioso e mesmo urgente o impositivo do perdão incondicional, de modo que a paz se estabeleça por definitivo na consciência humana.
Enquanto vicejam os sentimentos de desforço, de animosidade, de rebeldia em relação a pessoas ou a acontecimentos perturbadores, também permanecem os distírbios da emoção que afetam a saíde fisiológica e o comportamento.
Por mais graves hajam sido as ofensas e agressões sofridas, sempre mais infeliz é aquele que aos demais perturba, mesmo que, conscientemente, não tenha idéia da gravidade sobre a conduta infeliz.
Compreensivelmente, aquele que é ofendido se crê no direito de justificar-se, demonstrando o erro que o outro cometeu em relaçãoà sua pessoa, ou, pelo menos, reservar-se, permanecer a distância, mantendo o ressentimento que decorre da injustiça de que se vê vítima.
Tal postura, no entanto, somente lhe trará aborrecimentos e perturbações, porque terminará por desequilibrá-lo.
Qualquer tipo de ressentimento preservado transforma-se em morbo que afeta aquele que o conduz, ao tempo em que vitaliza a ocorrência infeliz, mantendo-a sempre presente na memória e na emoção.
Da mesma forma como se torna difícil esquecer a ocorrência danosa, o que exige um grande esforço da vontade, a sustentação da mágoa somente lhe piora os efeitos no sistema emocional.
O ódio, o ressentimento, o medo, o ciíme, o remorso afetam poderosamente o organismo, embora a sua procedência emocional.
As altas cargas vibratórias danosas que são atiradas pela mente no sistema nervoso central irão afetar o aparelho circulatório com resultados negativos para o respiratório, ao tempo em que as glândulas endócrinas serão prejudicadas pelas energias captadas, encaminhando-as ao sistema imunológico que se desestrutura.
Grande nímero de enfermidades orgânicas e transtornos psicológicos procede dos sentimentos atribulados.
Há pessoas que sabem manipular palavras e situações com habilidade felina, quando desejam prejudicar a outrem. São pusilânimes e insensíveis a tal ponto que se fazem acreditadas, arquitetando planos danosos que executam com naturalidade, comprazendo-se em infelicitar todo aquele a quem não conseguem suplantar.
Quando se fazem inimigas de alguém, são estimuladas na perversidade que lhes constitui os sentimentos vis, mentindo e caluniando com naturalidade, de forma que os objetivos que perseguem sejam alcançados.
Quase sempre preferem inimizades a afetos, discussões infindáveis e perturbadoras a conciliação e paz, urdindo intrigas em que se comprazem, quando poderiam silenciar acusações indébitas e esforçar-se por manter contatos saudáveis.
São enfermos graves da alma que ignoram as doenças ou preferem continuar nesse estágio ainda primário da evolução.
Qualquer tipo de revideàs suas agressões somente lhes constituirá estímulo mórbido para que prossigam na infame conduta.
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Perdoa todos quantos te ofendem, sem manter qualquer tipo de ressentimento em relação ao mal que pensaram fazer-te.
Se considerares a agressão que te foi dirigida como sendo uma experiência de que necessitavas para evoluir, permanecerás invulnerávelàs suas sórdidas consequências. Todavia, se te permitires intoxicar pelas vibrações que dela decorrem, ficarás vinculado àquele que prefere afligir-te, ante a impossibilidade que sente de amar-te.
Perdoa sempre, porque os maus e infelizes, quando detestam e malsinam o seu próximo, não sabem o que estão fazendo.
Volverão, hoje ou mais tarde, pelos caminhos ora percorridos, recolhendo os cardos da sua loucura e perversidade, que se lhes cravarão nas carnes da alma, convidando-os ao ressarcimento.
O odiento perdeu o endereço da vida e desgarrou-se da esperança, jornadeando sem rumo e em desolação.
Aflige os demais porque se encontra aturdido, e os seus momentos de infelicidade são transformados em agressões que aparentemente o tranquilizam, levando-o a esgares que são confundidos com sorrisos de vitória.
Não acreditando nos valores morais que lhe são escassos, não respeita o próximo, aquele que defronta em toda parte, tornando-se-lhe adversário insano.
Estremunhado, em face dos desajustes que experimenta, deseja nivelar todos os demais nos patamares inferiores em que se detém.
Evitando esforçar-se para evoluir, pensa que essa é a ínica atitude que pode tomar como mecanismo de desforço contra a vida e as criaturas que constituem a sociedade, que infelizmente antagoniza.
Deslocou-se do conjunto social por inferioridade que se reconhece possuir, no entanto, investe contra o grupo, projetando a imagem atormentada que pensa irá inspirar pavor, porque é incapaz de entregar-se ao amor.
Torna-se instrumento das Forças do Mal que o utilizam para dar campo ao funesto plano de perseguiçãoàs criaturas humanas, gerando lamentáveis processos de obsessão individual e coletiva.
Pessoas desse porte são encontradas amiíde, em toda parte, desde o grupo familiar ao social, na esfera das atividades profissionais como nos labores da arte, da investigação científica, das diversões, porque se encontram em estágio inferior da evolução. Embora algumas apresentem-se bem vestidas, falando com entusiasmo e correção de linguagem, sendo bem apessoadas, o que importa é o seu mundo interior, são as suas aspirações e ânsias de progresso, de destaque, de dominação que, não tornadas realidade, transformam-nas em algozes de indivíduos que lhes experimentam a sanha ou dos grupos em que se movimentam.
Perdoa todo tipo de ofensa e de ofensores, de difamadores, de sequazes do mal. Eles não merecem as tuas preocupações nem os teus sofrimentos.
Tens compromissos mais valiosos com a Vida, para perderes tempo com mesquinharias inevitáveis do processo evolutivo.
Fita os altiplanos morais e avança conquistando os espaços desafiadores.
Quem teme tempestades morais não consegue fortalecer-se para as lutas do progresso espiritual.
O teu adversário é também a tua chance de superação de melindres, de paixões egóicas, das pequenezes que te assinalam a existência.
Nunca cedas ao mal, descendo ao nível dos maus. Se os consideras infelizes, atrasados, melhor razão para que te detenhas em patamar espiritual mais elevado, descendo somente para ajudá-los e não para competir com eles nos estranhos comportamentos que assumem.
Perdoar não significa concordar com o ato infame nem com a pessoa desatinada. Constitui o ato de não revidar com o mesmo mal, aquele que lhe é dirigido, permanecendo em melhor situação emocional do que o seu antagonista e em paz.
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Jesus, o Psicoterapeuta por excelência, quando lecionou o perdão indistinto, incondicional, permanente, propôs um dos mais formosos procedimentos proporcionador de saíde e de harmonia pessoal.
Ele tornou-se exemplo do perdão amoroso, não anuindo com o crime de que era vítima, também não estigmatizando seus algozes com reproche ou censura.
O perdão é medicamento valioso para sarar as feridas da alma e instalar áreas de bem-estar e de bem-estar na mente e na emoção.
(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na noite de 23 de junho de 2004, em Beijing, China.)