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A timidez excessiva disfarça o orgulho dominador.
Algumas vezes, esse estado decorre de um meÂcanismo inibitório fixado na personalidade, que se transformou em comportamento doentio.
O indivíduo que se atormenta, vitimado pelo complexo de inferioridade, mesmo que camuflado, evita chamar a atenção, embora interiormente viva um vulcão de ansiedades e aspirações que asfixia aflitivamente, tomando posições isolacionistas, de onde observa o mundo exterior e as outras pessoas, considerando-as levianas, porque alegres, insensaÂtas, porque espontâneas, ou exibicionistas, porque extrovertidas.
Experimentando a castração emocional que o imÂpede momentaneamente de viver o clima social em que se encontra, sente-se rejeitado, quando é ele próÂprio quem se recusa a participar das atividades nas quais todos se encontram. Não apenas isso, mas tamÂbém se utiliza do falso recurso de justificação, suÂpondo-se isolado, porquanto ninguém se interessa pela sua pessoa, quando, em verdade, por sua vez, tampouco se empenha em tomar conhecimento do que se passa fora de si, ou mesmo demonstrar qualÂquer interesse pelo seu próximo. Como é natural, não se apresentando receptivo, em razão do respeito que todos se devem mutuamente, as outras pessoas poupam-se ao prazer, ou não prazer de buscá-lo para manter qualquer tipo de intercâmbio fraternal ou afetivo.
A inibição, essa resistência psicológica íntima, a pessoas, acontecimentos e condutas, é causa de muiÂtos males na área da emoção. Empurra o paciente para reflexões pessimistas e autodestrutivas como forma de auto-realização doentia.
Sentindo-se não aceito, acumula azedume e atorÂmenta-se, frustrando as inumeráveis possibilidades de alegria e comunicação.
Quase sempre esse estado mórbido decorre de uma infância infeliz, na qual conviveu com pais auÂtoritários, familiares rebeldes e agressivos, sentindo-se empurrado. para o ensimesmamento, face ao reÂceio de ser punido por qualquer coisa acontecida, mesmo quando não a houvesse praticado, assuminÂdo postura de vítima que se esforça para agradar sempre, estar permanentemente bem com todos, sem ser incomodado pelas ocorrências ou pelas criatuÂras.
Essa conduta também expressa alta dose de egoísmo, que se impõe fórmulas de vivência individuÂalista, reacionária contra tudo quanto lhe parece amÂbiente hostil e de difícil penetração.
Não possuindo resistência psicológica para soÂbrepor-seà severidade doméstica, recua para a inteÂriorização, dando asasà imaginação pessimista e perÂturbada, naufragando no estado de inibição.
Outras vezes, a conduta insensível dos pais, esÂpecialmente da mãe ” com quem mais se convive no período infantil ” fez o atual paciente sentir-se reÂjeitado, transformado em incômodo que era para os genitores, como se a sua presença lhes constituísse um fardo, eliminando-o, pela indiferença, do grupo familiar.
Essa mesma ocorrência pode também originar-se no convívio com outros adultos e apresentar as suas primeiras marcas no relacionamento com ouÂtras crianças que, incapazes de compreender a ocorÂrência, criticam, expulsam dos seus folguedos, agriÂdem todos aqueles que as desagradam… Ante essa reação dos companheiros de jogos e brincadeiras, agravam-se os conflitos, que se transformarão em conduta de inibição enfermiça.
O ser existencial, todavia, é, antes de quaisquer outras considerações, um Espírito imortal, herdeiro de todas as realizações que lhe assinalam a marcha ancestral.
Viajor de muitas experiências em roupagens carÂnais diferentes e míltiplas, é o arquiteto de glórias e desaires através do comportamento ético-moral, social, religioso, político, artístico e de qualquer outra natureza, por cujas faixas transitou no curso da sua evolução.
Conforme se haja conduzido em uma etapa, transfere para a outra os conteídos que lhe servirão de alicerce para a formação da personalidade. Por outro lado, o renascimento em lares afetuosos ou agressivos, gentis ou indiferentes, entre expressões de bondade ou de acusação, resulta das ações anteÂriormente praticadas, que ora lhe cumpre reparar, caso hajam sido infelizes e prejudiciais, ou mais cresÂcer, em razão dos procedimentos enobrecedores.
Assim, recuandoà concepção fetal, encontra-se o ser pleno, indestrutível, herdeiro de si mesmo, traÂbalhador incansável do próprio progresso, que lhe cumpre conquistar a esforço pessoal.
Assim considerando, os fatores hereditários e mesológicos, psíquicos e físicos, sociais e emocioÂnais que o compõem estruturando-lhe a personaliÂdade, delineando-lhe a existência humana, têm as suas matrizes fixadas nas atividades desenvolvidas anteriormente.
Aluno da vida, promoção ou recapitulação, reÂprovação na classe em que estuda na valiosa escola terrestre, dependem exclusivamente do próprio emÂpenho.
Não obstante, o avanço do conhecimento, nas áreas da ciência e da tecnologia, muito tem contriÂbuído para minimizar e mesmo eliminar os fatores traumáticos das reencarnações anteriores, principalÂmente em razão dos avanços das doutrinas psíquiÂcas, descobrindo o ser transpessoal, viajor entusiasÂta da imortalidade.
A valiosíssima contribuição de diferentes psicoÂterapias modernas constitui bênção para os transÂtornos psicológicos e psiquiátricos da mais variada ordem, não devendo permanecer esquecidos os fatoÂres que desencadearam as ocorrências que preceÂdem ao berço.
Desde o período perinatal, a partir da concepÂção, que os implementos do pretérito se insculpem no ser em formação, modelando-o conforme as maÂtrizes que se lhe encontram no cerne espiritual.
Por outro lado, além das psicoterapias acadêmiÂcas que auxiliam na libertação dos fenômenos de inibição, o interesse do paciente é de grande valia, mesmo durante o processo de reconquista da saíde.
Inicialmente deve ser estabelecido o veemente desejo de sentir-se bem, liberando-se da perturbadoÂra sensação de permanente mal-estar a que está acosÂtumado.
Para tanto, a substituição de pensamentos neÂgativos, autopunitivos, autodepreciativos, por outros de ordem emuladora ao progresso eà alegria, torna-se de vital importância. Logo depois, a consideração em torno de que todos se apresentam conforme lhes é possível, não lhe cabendo a vacuidade de colocar-se na posição de vítima, em que se compraz, tendo as outras pessoas como suas adversárias, com ou sem razão.
O problema conflitivo se encontra no indivíÂduo e não no mundo exterior. Quando ele se harmoÂniza, consegue enfrentar as mais hostis situações como sendo desafios que o incitam ao crescimento interior, ao amadurecimento psicológico, porque a existência humana, em verdade, não é como aprazeria a cada um, mas conforme a estrutura dos aconÂtecimentos e dos impositivos da sociedade, na qual todos se encontram envolvidos.
Ainda aí, no processo de autoterapia, é essencial o desenvolvimento da tolerância para considerar as pessoas como seres em crescimento, com dificuldaÂdes no trato consigo mesmas e não como criaturas especiais, eleitas, modelos, que devem constituir o melhor exemplo, embora a si se permita a justificaÂtiva de manter-se recluso nas idéias e comportamenÂtos esdríxulos.
Cada indivíduo é um universo de emoções, de conquistas, de valores por descobrir, merecendo inÂvestimentos de alto significado.
O desenvolvimento psicológico do ser humano é processo lento, que deve apresentar-se seguro, sem oscilações, vencendo as diferentes etapas e fixando-as no comportamento, a fim de que se estabeleçam novos patamares que devem ser conquistados.
Esse campo experimental, no qual a emoção se engrandece saudavelmente, é fértil em oportunidaÂdes criativas e compensadoras, porquanto, a ineviÂtável busca do prazer, da harmonia, se transformam em razões emuladoras para o sucesso.
Joana de Ângelis – Psicografado por Divaldo franco