Our Score
Click to rate this post!
[Total: 0 Average: 0]
A debilidade de resistências psicológicas, que se convertem em ausência de forças morais, conduz o paÂciente aos estados mórbidos, quando acometido dos desconfortos da timidez, inibição e angístia, que lhe trabalham os mecanismos da mente, deixando-oà deÂriva.
Revolta e pessimismo assaltam-no, levando-o a paroxismos de desesperação interior, em cujo processo mais se aflige, entorpecendo os centros do discernimenÂto e mergulhando em fundo poço de desarmonia.
Sem motivação estimuladora para buscar objetivos salutares nos rumos existenciais, auto-abandona-se, descuidando da aparência como efeito do pessimismo que o aturde.
Passa a exigir uma assistência que se não permite, e quando alguém se dispõe a oferecê-la, recusa-a, agreÂdindo ou fugindo para atitudes de autocomiseração, nas quais se compraz.
Porque coleciona azedume, a sua faz-se uma preÂsença desagradável, carregada de negatividade, com altas doses de censura aos outros ou de auto-reproche, evitando-se liberação.
A timidez é couraça forte que aprisiona. O tímido, no entanto, adapta-se, e egoisticamente passa a viver em exílio espontâneo, que lhe não exige luta, assim poupando-se esforços, que são inevitáveis no processo de crescimento e de conquista psicológica madura.
A inibição é tóxico que asfixia, produzindo distírÂbios emocionais e físicos, transtornando a sua vítima e empurrando-a para o poço venenoso da alienação. Ali, os tóxicos dos receios injustificados asfixiam-no, proÂduzindo-lhe enfermidades físicas e psíquicas em cujas malhas estorcega em demorada agonia.
A angístia despedaça os sentimentos que se torÂnam estranhos ao próprio paciente, que perde o contaÂto com a realidade objetiva dos acontecimentos e das pessoas, para somente concentrar-se no próprio draÂma, isolando-o de qualquer convivência saudável, e quando não se pode evadir do meio social, permanece estranho aos demais, em cruel autopiedade, formulanÂdo considerações comparativas entre o que experimenta e o que as demais pessoas demonstram. Parece que soÂmente ele é portador de desafios, e que as aflições se fixaram exclusivamente na sua casa mental.
Não cede espaço para a análise dos problemas que a todos assoberbam, e que podem ser examinados de forma saudável, transformando-se em fonte de permaÂnentes estímulos para o desenvolvimento dos recursos de que é portador.
São esses distírbios emocionais algozes implacáÂveis, que merecem combate sistemático e diluição conÂtínua, não se lhes permitindo fixação interior. A ocorÂrência de qualquer um deles é perfeitamente normal no comportamento humano, servindo para fortaleciÂmento dos valores íntimos e da própria saíde emocioÂnal.
Inevitável, para a sua erradicação, a busca de reÂcursos preciosos, alguns dos quais, os mais importanÂtes, se encontram no próprio enfermo, como, por exemÂplos, a auto-estima, a necessidade do autoconhecimenÂto, e do positivo relacionamento no grupo social, que são negados pelos distírbios castradores.
A auto-estima, na vida humana, é de relevantes resultados, em razão de produzir fenômenos fisiolóÂgicos, que decorrem dos estímulos emocionais sobre os neurônios cerebrais, que então produzem enziÂmas que concorrem para o bem-estar e a alegria do ser.
Da mesma forma que as idéias esdríxulas, carreÂgadas de altas doses de desesperança e negação, somaÂtizam-se, dando surgimento a enfermidades variadas, as contribuições mentais idealistas, forjadas pela auto-estima, confiança, coragem para a luta produzem estaÂdos de empatia, de jíbilo e de saíde.
Quando, porém, o paciente resolve absorver os transtornos que o assaltam, demorando-se na reflexão em torno deles, agindo sob os vapores venenosos que expelem, refugiando-se na autocompaixão e na rebelÂdia, voltando-se contra o grupo social que o pode auxiÂliar, não apenas amplia os efeitos perniciosos da conÂduta, como também bloqueia os recursos de auxílio para a libertação, abrindo campo para a instalação de inumeráveis enfermidades alérgicas, de dermatoses delicadas, de problemas digestivos e respiratórios, com profundos reflexos nervosos destrambelhados ou doÂenças mais graves…
O indivíduo é, com muita propriedade, a mente que o direciona.
As ocorrências traumatizantes, por isso mesmo, ao invés de aceitas pelo Self, devem ser liberadas, mediÂante catarses próprias ou através da transmudação dos conteídos, de forma que em substituição aos pensaÂmentos destrutivos, perversos, negativos, passem a ser cultivados aqueles que devem reger as realizações ediÂficantes, interagindo na conduta que se alterará para melhor, direcionada para a saíde.
A impossibilidade de realizá-lo a sós não se torna empecilho para que seja buscada a solução, através do psicoterapeuta preparado, para auxiliar no comportaÂmento e na transformação dos modelos mentais perÂturbadores.
Ademais, porque originados no cerne do ser espiÂritual, que se é, a orientação competente que se deriva da evangelhoterapia, faceà contribuição do amor e do esclarecimento da causalidade dos problemas, não pode ser postergada ou levada em desconsideração.
Ressumando os miasmas dos erros pretéritos e diÂante de novas possibilidades que se apresentam auspiÂciosas, as dificuldades iniciais são a cortina de fumaça que oculta os horizontes claros do êxito, que aguardam ser conquistados após a diluição do impedimento.
Desse modo, o esforço para o autoconhecimento se transforma em necessidade terapêutica, porquanto o aprofundamento sereno na busca de respostas para os conflitos da personalidade, culminarão apresentanÂdo a cada um informações que não haviam sido detecÂtadas lucidamente, e que passarão a contribuir de forÂma valiosa na conduta.
Quando o indivíduo se comporta através de sucessivas reações sem a oportunidade de atitudes consÂcientes, que são resultados da ponderação, do amaduÂrecimento, da análise em torno do fato, mais se lhe agraÂvam os efeitos perniciosos de tal atitude. É perfeitamenÂte normal uma reação que decorre da força do instinto de preservação da vida, resguardando-se, automaticaÂmente, de tudo aquilo que venha a constituir sofrimenÂto ou desagrado. No entanto, reações em cadeia, sem intervalos para a lógica nem a meditação em volta do que está sucedendo, tornam-se morbidez de conduta, expressando o desequilíbrio instalado no campo emoÂcional.
Ainda assim, é perfeitamente válido o esforço para a alteração do quadro, buscando entender-se, interroÂgando-se sobre o porquê de tal procedimento e tentanÂdo honestamente mudar dessa direção para outra mais lícida e racional.
A convivência social, mesmo que se apresentando desagradável para o paciente, irá contribuir para que descubra valores em outras pessoas que, distanciadas, são tidas como antipáticas, inconvenientes ou desinteÂressantes. Nesse meio, perceberá que todas experimenÂtam as mesmas pressões e sofrem semelhantes probleÂmas, sendo que algumas sabem como administrá-los, dissimulá-los, superá-los, vivendo em equilíbrio, sem escorregarem pela rampa da autopunição, da autocomÂpaixão, do auto-amesquinhamento.
O abandono de si mesmo é forma de punir a incaÂpacidade de lutar, cilício voluntário para a autodestruiÂção, recurso para punir os familiares ou a sociedade na qual se encontra. Sentindo-se impossibilitado de comÂpetir, negando-se a lutar, recalcando os conflitos na raiÂva e na mágoa, castiga-se, para desforçar-se de todos aqueles que se lhe apresentam na mente atormentada como responsáveis pelo seu estado.
Enquanto o indivíduo não se resolva por crescer e ser feliz, esses algozes implacáveis e mais outros atorÂmenta-lo-ão, ferindo-o, cada vez mais, e dominando a sociedade que passará a ser-lhe vítima.
Joana de Ângelis – Psicografado por Divaldo franco