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Não matarás

Falência dos códigos da justiça humana,arbitrária aplicação do estatuto penal, o emprego da medida capital, atesta a vigência dos resquícios da barbárie, ainda dominante na organização social da Terra.

Impregnado pelas condições impositivas do instinto por não ter controle emocional espiritual,violento e agressor deixa gerar em si, os remanescentes primitivos da ferocidade que desforça.

A cultura e a ética não tem conseguido acalmar tais ânimos,assim,a arrogância e a presunção enganosa tomam conta dos incautos.

Ser social,o homem se permite, todavia,açular sua tendência competitiva,que empreende em clima de violenta rebeldia,utilizando-se de métodos nem sempre dignos,conquanto, através deles, consiga triunfar. Graças a isso agride,logo se sente ferido no amor próprio,revidando,golpe por golpe,sem considerar os inestimáveis recursos da razão para,alcançar o entendimento das diversas lutas em que se veja envolvido. Assim,estimulado pela violência interior porque se deixa conduzir, estabelece os códigos da justiça em caráter mais punitivo do que correcional.

O criminoso de qualquer jaez,não obstante a ferocidade de que alguns dão mostra, é um espírito infeliz,encarcerado no mecanismo celular,para a operação disciplinante,por meio da qual se liberta das expressões inferiores.

Enfermo,conduz o gérmen da distonia de que se faz vítima,sofrendo o ominoso aguilhão da infelicidade íntima, carecente mais de tratamento do que de punição. O ato punitivo, em razão disso, estimula idêntica reação de revolta,ressuscitando as formas primárias da emotividade desgovernada para o revide.

Educação, pois ,ao invés de punição.

Quando um homem cai, com ele desce a Civilização,da mesma forma que,quando se eleva, com ele a Humanidade se ergue,ensaiando mais avançados passos.

Função precípua da sociedade, educar para a vida é inadiável dever que não pode ser postergado. Escasseando escolas e oficinas, hospitais e assistência, oportunidades de enobrecimento,porque rareiam recursos de edificação,a ociosidade engendra as armas do crime e a rebeldia estimula as paixões que,consorciadas, atiram o homem nos imensos abismos da delinquência de toda natureza, de cujo câncer,padece em alta virulência a sociedade hodierna.

Fazer, no entanto, que o criminoso produza para a sociedade que ele prejudicou, cabendo reajustá-lo, de modo a fazê-lo a compreender o lamentável equívoco,e,a seu tempo,dar-lhe consciência da responsabilidade do delito e erguê-lo para a reparação possível,de modo a que refaça a vida e seja ítilà coletividade.

As Leis Divinas não deixarão o infrator antes de o corrigir,mesmo aquele que passa ignorado da justiça terrena,não obstante conduzindo o estigma do erro que o impeleà reparação numa ou noutra reencarnação,da qual não se furtará, por impossibilidade total de manter a consciência anestesiada sine-die,carregando em si mesmo a manifestação da justiça divina.

Alegoricamente,narrava-se que a presença da forca num povoamento atestava a civilização ali estabelecida.(Segundo estatísticas na África do Sul,eram enforcados 6 criminosos em média, por semana.)

Certo é que já houve progresso,no que diz respeitoà pena máxima,reservada apenas a crimes especiais,perfeitamente classificados pela sua hedionda consumação,que fere todos os sentimentos humanos, após extenuantes julgamentos e tentadas todas as prováveis possibilidade de se impedirem enganos. Apesar disso,os erros se repetem…

Dia virá, porém, quando o homem compreender e praticar as máximas do Cristo, que a pena capital estará obsoleta e sua lembrança causará horror nas futuras organizações sociais da Terra.

Allan Kardec, examinando a problemática da pena de morte, interrogou aos Espíritos, conforme se lê na questão 761,de O Livro dos Espíritos: A lei de conservação dá ao homem o direito de preservar sua vida. Não usará ele desse direito,quando elimina da sociedade um membro perigoso? e os Mensageiros Superiores responderam: Há outros meios de ele se preservar do perigo,que não matando. Demais, é preciso abrir e não fechar ao criminoso a porta do arrependimento.(Do Livro: Sol de Esperança,psicografia do Médiun Divaldo Pereira Franco)

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