Quando lemos um texto mais complexo, quando escutamos uma palestra, curso ou um podcast, é natural que nossa compreensão não seja imediata.
Afinal, estamos buscando entender o trabalho intelectual de outra pessoa, o que demanda atenção e esforço.
Algumas vezes, um bom tempo.
Isso acontece toda vez que temos contato com algo novo.
Na escola, o esforço para compreender a lógica das operações matemáticas ou os textos em forma de crônicas, poemas ou romances.
Nosso cotidiano está cheio de armadilhas para nossa boa compreensão: o anúncio mal redigido, a pontuação equivocada, palavras com sentidos diversos.
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São exemplos de obstáculos para o correto entendimento do mundo que nos cerca.
Porém, há um outro tipo de compreensão, talvez de maior necessidade em nossas vidas.
É a compreensão do nosso próximo, das pessoas ao nosso redor.
Compreender as lições da escola ou os problemas do trabalho não são desafios fáceis.
Mas, entender as pessoas de nosso convívio revela-se uma lição mais difícil de ser aprendida.
Todos carregamos uma história feita da cultura, da educação, do meio familiar e das experiências individuais.
Assim, é natural que tenhamos pontos de vista diferentes, posturas que não se assemelham e valores que podem vir a conflitar.
Compreender o outro é justamente entender e aceitar essas diferenças, e vê-las como naturais.
O que muitas vezes não nos ocorre é que não precisamos concordar com alguém para compreendê-lo.
Basta vivenciarmos a empatia, nos colocando no lugar dele.
Dessa forma, conseguimos ver o mundo com o olhar do outro e, a partir desse ponto de vista, que não é o nosso, analisamos a situação.
Edgar Morin, filósofo francês contemporâneo, afirma que um dos desafios para a Humanidade, no século XXI, é o de aprender a compreender.
E o das escolas, é o de ensinar a compreensão.
Ele está coberto de razão.
Compreender é acolher o outro em nossos sentimentos, abandonando o julgar para apenas buscar entender suas atitudes.
Não é sinônimo de ser conivente com os erros alheios ou de tentar acobertá-los.
Compreender o outro é buscar entender os seus motivos ou mesmo as causas de suas atitudes, antes de julgar ou analisar de maneira superficial a situação.
A compreensão exige de nós um olhar indulgente, de quem busca entender antes de julgar ou classificar.
Compreender uma criança que chora é ir ao seu encontro pesquisando as causas de seu incômodo, ao invés de simplesmente impor que ela engula seu choro.
Quando tivermos dificuldade para entender o colega de trabalho, o comportamento do parente complicado ou do vizinho difícil, desarmemo-nos e olhemos, com olhos de quem deseja compreender.
E, quando formos nós o incompreendido, esforcemo-nos para compreender e tolerar a incompreensão.
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Afinal, compreender sem julgar, é um dos maiores atos de amor que podemos exercer em relação àqueles que nos cercam.
Bem anuncia a prece tão conhecida: é melhor compreender do que ser compreendido.
Redação do Momento Espírita
Em 18.
4.
2022