BEM-AVENTURADOS OS PACIFICADORES… – Rodolfo Calligaris – O Sermão da Montanha 5/5 (1)

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Jesus Cristo é o Príncipe da Paz.

“A paz vos deixo, a minha paz vos dou”, disse Ele, pouco antes

de sua morte.
“Não vo-la dou como o mundo a dá”, isto é, sob a

forma de armistício, frágil e incerto, cuja estabilidade pode

romper-se a qualquer momento, mas sim em caráter firme e

absoluto.

Esse dom da graça divina, entretanto, para que se estabeleça em

nossa alma, impregnando-a de suave beatitude, exige condições

de receptividade, ou seja, a extinção do orgulho e de todos os

desejos egoístas, porquanto são esses sentimentos inferiores que

inspiram todas as discórdias e promovem todas as lutas que se

verificam na face da Terra.

Sim, para que esse carisma seja uma realidade em nossa vida,

mister se faz despertemos nossa consciência espiritual, libertemonos

das ilusões do plano físico e identifiquemo-nos com as

verdades do Mundo Maior; sem essa experiência, haveremos de

ser, sempre, criaturas agitadas e descontentes, em permanente

desarmonia com nós mesmos e com aqueles que nos cruzam o

caminho.

Enquanto não haja pacificação individual, enquanto os homens

não se sentirem harmonizados intimamente, os conflitos

exteriores, tanto no recinto doméstico, como no campo social, hão

de subsistir, fatalmente, sendo baldados todos os recursos que se

empreguem para aboli-los.

Bem-aventurado aquele que, numa busca pessoal, ingente,

descubra o seu Cristo interno e, renunciando ao seu pequenino ego

humano, unifique-se com Ele, passando a viver, não mais com

mira no próprio proveito, mas desejando ardentemente vir a ser

um veículo pelo qual o Amor divino possa chegar até os seus

irmãos.
Esse terá encontrado a “pérola preciosa” de que nos fala

a parábola evangélica, e desde então, na posse desse tesouro

inapreciável, gozará de uma paz e uma alegria perfeitas, que

nenhum sucesso vindo de fora será capaz de perturbar.

Alcançado esse estado de alma, dominará o ambiente exterior

e, onde quer que se encontre, mesmo sem dizer palavra,

simplesmente com sua presença, influirá beneficamente sobre os

que o rodeiam.

Junto a si, mercê das forças espirituais superiores que irradia,

todos se sentirão aliviados, tranquilos e seguros; uma indizível

sensação de calma e bem-estar descerá qual orvalho sobre os

corações desgostosos e conturbados.

Os seguidores do Cristo devem dar-se a conhecer pelos

esforços que empreendam em favor da paz.

Sejam, pois, nossos pensamentos, palavras e ações, uma

contribuição constante no sentido de erradicar do mundo

(começando primeiramente por nós) a inveja, as suspeitas, o ódio,

a vingança e o espírito de contenda.

Se assim o fizermos, se adquirirmos a qualificação de

pacificadores, mereceremos ser chamados “filhos de Deus”, bem

como a glória de ser participantes da paz celestial.
(Mateus, 5:9.
)

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