Jesus Cristo é o Príncipe da Paz.
“A paz vos deixo, a minha paz vos dou”, disse Ele, pouco antes
de sua morte.
“Não vo-la dou como o mundo a dá”, isto é, sob a
forma de armistício, frágil e incerto, cuja estabilidade pode
romper-se a qualquer momento, mas sim em caráter firme e
absoluto.
Esse dom da graça divina, entretanto, para que se estabeleça em
nossa alma, impregnando-a de suave beatitude, exige condições
de receptividade, ou seja, a extinção do orgulho e de todos os
desejos egoístas, porquanto são esses sentimentos inferiores que
inspiram todas as discórdias e promovem todas as lutas que se
verificam na face da Terra.
Sim, para que esse carisma seja uma realidade em nossa vida,
mister se faz despertemos nossa consciência espiritual, libertemonos
das ilusões do plano físico e identifiquemo-nos com as
verdades do Mundo Maior; sem essa experiência, haveremos de
ser, sempre, criaturas agitadas e descontentes, em permanente
desarmonia com nós mesmos e com aqueles que nos cruzam o
caminho.
Enquanto não haja pacificação individual, enquanto os homens
não se sentirem harmonizados intimamente, os conflitos
exteriores, tanto no recinto doméstico, como no campo social, hão
de subsistir, fatalmente, sendo baldados todos os recursos que se
empreguem para aboli-los.
Bem-aventurado aquele que, numa busca pessoal, ingente,
descubra o seu Cristo interno e, renunciando ao seu pequenino ego
humano, unifique-se com Ele, passando a viver, não mais com
mira no próprio proveito, mas desejando ardentemente vir a ser
um veículo pelo qual o Amor divino possa chegar até os seus
irmãos.
Esse terá encontrado a “pérola preciosa” de que nos fala
a parábola evangélica, e desde então, na posse desse tesouro
inapreciável, gozará de uma paz e uma alegria perfeitas, que
nenhum sucesso vindo de fora será capaz de perturbar.
Alcançado esse estado de alma, dominará o ambiente exterior
e, onde quer que se encontre, mesmo sem dizer palavra,
simplesmente com sua presença, influirá beneficamente sobre os
que o rodeiam.
Junto a si, mercê das forças espirituais superiores que irradia,
todos se sentirão aliviados, tranquilos e seguros; uma indizível
sensação de calma e bem-estar descerá qual orvalho sobre os
corações desgostosos e conturbados.
Os seguidores do Cristo devem dar-se a conhecer pelos
esforços que empreendam em favor da paz.
Sejam, pois, nossos pensamentos, palavras e ações, uma
contribuição constante no sentido de erradicar do mundo
(começando primeiramente por nós) a inveja, as suspeitas, o ódio,
a vingança e o espírito de contenda.
Se assim o fizermos, se adquirirmos a qualificação de
pacificadores, mereceremos ser chamados “filhos de Deus”, bem
como a glória de ser participantes da paz celestial.
(Mateus, 5:9.
)