As bem-aventuranças com que o excelso Mestre preambulou o
Sermão da Montanha constituem, sem dúvida, uma mensagem
divina aos homens de todas as raças e de todas as épocas,
destinada a servir-lhes de roteiro, rumo à perfeição.
Elas definem, claramente, quais as qualidades de caráter que
devemos desenvolver, se quisermos, um dia, penetrar no “Reino
dos Céus”.
São: a humildade de espírito, a mansuetude, o dom das
lágrimas, o anseio de justiça, a misericórdia, a pureza de coração,
a pacificidade, a renúncia etc.
Para todos os que se esforçam sinceramente, no sentido de
conquistar tão preciosas virtudes, tem o Cristo palavras de bênção
e de encorajamento.
Pondo remate a essa parte de sua sublime pregação, assim falou
a seus discípulos e seguidores:
“Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, perseguirem e
disserem todo o mal contra vós, mentindo, por meu respeito.
Folgai e exultai, porque o vosso galardão é copioso nos Céus,
pois assim também perseguiram os profetas que foram antes de
vós”.
(Mateus, 5:11 e 12.
)
O insulto, a calúnia, as difamações e os vitupérios são as
derradeiras armas de que podem valer-se as forças obscurantistas,
eternas oponentes à evolução da Humanidade.
Sim, as derradeiras, porque, enquanto tenham possibilidade de
escolha, outras, bem diferentes, hão de ser preferidas.
Como bem recorda Jesus, desde os primeiros profetas da
antiguidade, que ousaram profligar os erros de seus
contemporâneos, todos os colaboradores de Deus, todos os que se
empenham em fazer um pouco mais de luz nas trevas do mundo
têm sido ultrajados e perseguidos, pagando caro, muitas vezes
com a própria vida, a sustentação de seus princípios
moralizadores.
O mesmo vem acontecendo, tal o testemunho da História, aos
que porfiam por preservar a árvore do Cristianismo dos malefícios
das plantas parasitas (as superstições, o cerimonialismo pagão, as
adulterações e falsidades doutrinárias, a comercialização dos
sacramentos etc.
), que lhe roubam a seiva, que a estrangulam e
podem levá-la à morte.
Os mata-paus da Doutrina Cristã voltam-se, sistematicamente,
contra esses paladinos da Verdade e.
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não há como conter-lhes a
agressividade.
Ultimamente, havendo perdido as prerrogativas de senhores de
baraço e cutelo, já não podendo exterminar aqueles que foram
convocados pelos altos planos da espiritualidade para a
restauração do Cristianismo em sua primitiva pureza e
simplicidade, dos púlpitos, nas praças públicas, pela imprensa,
pelo rádio e por outros meios de divulgação, empreendem
verdadeira “cruzada” contra eles, dirigindo-lhes toda sorte de
injúrias, mistificando, mentindo, ridicularizando.
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É deixá-los no seu ofício e, consoante a recomendação do
Mestre, folgar e exultar.
Folgar e exultar porque, aos olhos de Deus, mais vale ser
odiado que odiar, ser ofendido que ofender, ser perseguido que
perseguir.
Folgar e exultar, porque sofrer tais agravos por amor a Jesus é
uma grande glória.
Folgar e exultar, porque, quanto mais rudes e dolorosos sejam
os golpes recebidos, maior será a recompensa nos páramos
celestiais!