Os irmãos reeducandos, refugiados nas penitenciárias, efetivamente não se encontram
sozinhos.
Retidos em prisões sem grades, em quase todos os lugares da Terra, surpreendemos
sentenciados diversos, dentre os quais salientamos:
Os presidiários das tribulações longas e dolorosas;
Os réus do remorso, que gemem sob o peso de culpas que ocultam inconfessadas, no
imo da consciência:
Os detentos da rebeldia, que nunca se satisfazem com os recursos que a vida lhes coloca
nas mãos:
Os prisioneiros do sofrimento nas trevas da inconformação, que se recusam a sair do labirinto
de negação em que se escondem, fugindo à luz da consolação;
Os irmãos que choram e, ao mesmo tempo, se encarceram em lamentações sem proveito,
na teimosia e no desespero, repelindo a terapêutica do perdão e do trabalho que se lhes
faria estrada libertadora;
Os encadeados da angústia que se levantam contra os espinhos das grandes provações,
suscetíveis de reconduzi-los ao equilíbrio e à paz de que se reconhecem distantes;
Ainda mesmo perante os irmãos considerados delinqüentes, abstém-se de condenar.
Todos nós, espíritos endividados ante as Leis de Deus, se abrirmos o próprio íntimo, diante
de companheiros que se empenham a conhecer-nos, ei-los a soletrarem esta frase com as
nossas próprias lágrimas, no portal de entrada de nosso coração: “Compadece-te de mim”.