O regresso de Lázaro à vida ativa representa grandioso símbolo para todos os trabalhadores da Terra.
Os criminosos arrependidos, aqueles que erramos e agora desejamos nos voltar para o bem, os que trincamos o cristal da consciência.
Todos entendemos a maravilhosa característica do verbo recomeçar.
A conhecida visita de Jesus ao sepulcro, retirando de lá o irmão de Marta e Maria, fala muito mais da possibilidade de recomeçar, do que das habilidades surpreendentes do Cristo.
Lembrando a passagem evangélica perceberemos a grandeza do Mestre em três expressões, em três imperativos que ressoaram naquela paisagem:
Tirai a pedra! – Disse Jesus, referindo-se à rocha que bloqueava a entrada do sepulcro.
A primeira lição para os que desejamos renascer na existência, para os que desejamos ter uma nova chance, é esta: tirar a pedra.
Retirar da frente aquilo que faz noite em nós, aquilo que nos aprisiona e nos impede de seguir o caminho.
É o momento em que deixamos o nosso passado de aprendizado para trás, momento de autoperdão, momento de autoaceitação.
Lázaro, sai para fora! – Eis a segunda ordem.
É um comando interno, que todos aqueles que desejamos reviver precisamos nos dar todos os dias.
A aparente redundância serve para reforçar que precisamos voltar ao mundo, depois dos necessários instantes de recolhimento dentro do nosso sepulcro interior.
Seguir adiante! Com energia, com ânimo, com alma!
Aqueles que permanecemos muito tempo no breu da sepultura íntima, acabamos sendo consumidos pela culpa destruidora e pelo desânimo avassalador.
Lázaro ficou cerca de quatro dias no sono da escuridão e depois foi despertado.
Saiu para fora e seguiu em frente.
O último comando de Jesus mostra-se assim:
Desligai-o e deixai-o ir.
Essa foi uma ordem aos que estavam acompanhando todo o processo.
Retirar as faixas do corpo e o lenço da face e deixá-lo ir.
Entendemos aqui a preciosa lição aos que presenciamos o despertar do próximo, aos que estamos ao lado dos que desejam recomeço.
Quase sempre, por sermos julgadores implacáveis, por sermos duramente impiedosos com o nosso semelhante, olvidamos o perdão necessário.
Rotulamos as pessoas pela conduta que tiveram no passado, nunca aceitando que podem se recuperar, que merecem nova oportunidade, que trilham pelos mesmos caminhos de evolução que nós trilhamos.
Ora, se temos a chance de renovação diária, por que eles também não a podem ter?
Esse é o momento do perdão.
Por isso a ordem: Desligai-o.
Desliguemos o outro do nosso julgamento, da forma que o vemos, criada e mantida em nossa mente, por alguma coisa que aconteceu há muito tempo.
Deixar ir!
Abramos caminho para o outro despertar, para que possa usufruir da nova chance, sem as amarras do nosso pensamento perturbador que o persiga, com a arma da crítica impiedosa.
Lázaro é símbolo e convite ao recomeço para todos nós.
Recordemos dos imperativos do mestre: Tirai a pedra.
Sai para fora.
Desligai-o e deixai-o ir.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.
112, do livro
Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed.
FEB.
Em 11.
4.
2023.