Sentado à mesa do café da manhã, estático, meus olhos passam pelas folhas de vidro estáticas, pelo alpendre de madeira estático e se derramam sobre o que restou de floresta estática na cidade do Sul.
Mal sabe ele que isso é uma grande ilusão! – Dizem os homens de ciência.
Meu café da manhã viaja, junto com as folhas de vidro, com o avarandado e os arbustos do quintal, numa velocidade absurda, pelos confins de um Universo sem fim.
Há uma impressão aparente, de que tudo está parado, mas o nosso planeta gira em torno de si mesmo numa velocidade de mil seiscentos e sessenta e seis quilômetros por hora.
Quase o dobro dos grandes aviões de passageiros.
Incrível? Mas ainda há mais.
O planeta Terra não se encontra parado no Sistema Solar.
Ele gira em torno do sol, conforme aprendemos nos anos escolares.
E a que velocidade ele realiza esse movimento de translação?
Pois bem, estamos também correndo a cerca de cento e sete mil quilômetros por hora em volta da grande estrela de nosso sistema.
Assim, vivemos num planeta que gira a mil seiscentos e sessenta e seis km/horários e se desloca no espaço a cento e sete mil quilômetros por hora.
Podemos ficar tontos só de pensar.
Porém, a surpresa não acaba por aí.
Sabe-se que todo o sistema solar, sol e planetas, também está se deslocando em torno do centro da Via Láctea.
A que velocidade? Setecentos e vinte mil quilômetros por hora!
A conclusão é simples: isso parece não ter fim.
Tudo se movimenta.
Nada está parado.
As leis da matéria nos possibilitam ter nossas vidas tranquilas, aqui, sem nenhum tranco, sem nenhuma aceleração ou desaceleração repentina.
Porém, pensemos nisso: tudo está em movimento.
O Universo é movimento.
A vida é movimento.
Nada existe para permanecer no mesmo lugar.
Tudo está em constante transformação, em constante renovação, dos elementos materiais do cosmos até os Espíritos.
Reflitamos nisso: Como essa lei universal do movimento se reflete em nosso íntimo? Onde estávamos há quinhentos anos? Onde estamos hoje? Quem éramos há duas encarnações? E quem somos hoje?
Tudo é feito para evoluir, para seguir adiante, para viajar pelo infinito cumprindo um papel formidável na Criação de Deus, desde a galáxia até o átomo.
* * *
Não nos permitamos parar.
Não nos permitamos o desalento que nos impede de seguir em frente.
Tempo de reflexão é importante: são movimentos internos, são revoluções na alma, que procura sair de um lugar de agonia para um de paz.
No entanto, tempo de inatividade, de ociosidade, leva-nos a perder o compasso do Universo, o que nos faz muito mal.
Movimentemo-nos em outras direções.
Movimentemo-nos para dentro.
Movimentemo-nos para algo melhor.
Movimentemo-nos na direção do amor.
Não nos permitamos a estagnação.
Cada viagem na espaçonave Terra é uma oportunidade sem igual.
O ingresso é caro, valioso e não pode ser desperdiçado.
Apreciemos a viagem.
Olhemos pela janela.
Olhemo-nos também.
Sigamos nosso caminho.
Naveguemos pelas sendas do Universo infinito com coragem e alegria.
Tudo isso é muito mais belo do que possamos imaginar.
Redação do Momento Espírita
Em 16.
4.
2024