VIDA E MORTE:COMO DEFINIR – EUNICE GONDIM

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           Contribuição de EUNICE GONDIM

Vida e Morte: Como Definir
Autora Espiritual: Dra. Sara Nóruga
Pela Médium Eunice Gondim

O que é vida? O que é morte? O que é nascer? O que é morrer?
Para a maioria dos seres humanos esses conceitos são muito claros. Nada há para discutir sobre eles. Há milênios esses conceitos são tão claros que ninguém lembra de iniciar um debate para tratar deles. Mas será tão simples assim?
Vejamos:
Nascer é chegar ao planeta ou a esse mundo, como se costuma dizer. Mas chegar de onde?
Morrer é ir embora desse mundo. Mas ir embora para onde?
Vida é o período de tempo que se passa aqui nesse mundo. Mas para quê?
Morte é a passagem desse mundo para outro. Mas que outro?
Para os que já dão esses conceitos como certos e compreendidos, a vida e a morte estão relacionadas com a matéria carnal. Enquanto possuem matéria com as quais sentem os prazeres e os desprazeres, estão vivos. No momento em que essa matéria perece, a partir daí estão mortos. Mas de que tipo de vida estamos falando? Então só temos um tipo de vida, da qual a matéria carnal é o fator principal?
Sim. Essa é a visão dos denominados estritamente materialistas. Eles podem até vislumbrar a possibilidade de existir algo além da matéria, mas é algo sem importância, que não merece sua atenção. Para eles, nascer é adquirir matéria e morrer é perder essa matéria.
São seres que passam toda a sua existência terrena lutando pelo bem da matéria. Suas atenções são voltadas para conseguir o que de melhor existe para que tenham uma vida material prazerosa. Para isso, cultivam a vaidade, muitas vezes extrema, o orgulho da beleza que possuem e o uso dessa beleza para provocar algumas vezes, a inveja e a cobiça em seus irmãos, levando-os a acumularem esses maus sentimentos em seus íntimos. Muitas vezes, ao despertar esses sentimentos, estão indiretamente estimulando a discórdia e até a violência entre os homens. Não digo que são más pessoas. Muitas vezes até são bastante solidárias e generosas para com os irmãos encarnados, mas o materialismo é tão pesado que macula de forma quase incontrolável e imperceptível, suas existências.
Mas para alguns, no entanto, que ainda constituem uma minoria, a vida é mais complexa.
Percebem que existe algo além da matéria carnal que forma seus corpos. Mas não conseguem saber o que é exatamente esse algo. Podem passar toda a sua existência material pensando e se questionando sobre: De onde veio? Para onde vai? Existirão outros mundos além desse?

Essas pessoas são geralmente curiosas, mas têm muito medo de aprofundar-se nessas questões e mexer com coisas perigosas. Esse plano eles conhecem, mas e os outros, caso existam, como serão? Como descobrir esse mistério? Mas mesmo assim preferem não se arriscar a engendrar nesses segredos porque têm medo do que lhes possa acontecer ao mexer com essas coisas misteriosas e perigosas. Preferem passar toda a sua existência angustiada, apavorada, com medo da morte ou de qualquer coisa que não seja desse mundo. Têm muito medo de alma penada, sentem medo de pessoas mortas, de cemitérios ou de qualquer coisa que indique o fim da vida terrena.
Considero essas pessoas covardes e até piores do que os materialistas, pois sabem da existência da alma e do espírito, mas não querem enfrentar a verdade porque têm medo dela. Sofrem muito, mas o sofrimento passa a fazer parte delas e se habituam a ele. Não têm coragem de batalhar e estão condenadas a uma existência terrena infeliz e a uma vida espiritual incerta. Nada se pode fazer para ajudá-las.
Prefiro me preocupar e dedicar minha atenção a um grupo muito menor de seres humanos que acreditam na existência dos espíritos e procuram a verdade sobre eles fazendo questão de aprofundar-se nessas questões, sem ter medo e com muita vontade de seguir os ensinamentos contidos e divulgados pela Ciência Espírita. Para esses, morte, vida, nascimento, são conceitos relativos.
Enquanto para os anteriores, morte significa fim, para eles tem o sentido contrário, representando o início de uma outra vida, sendo por eles considerada como a verdadeira existência. A existência terrena em vez de servir para os sentimentos de prazeres, é dedicada a um processo de crescimento e evolução espiritual, pois têm a convicção de que é esse o caminho certo a seguir. Todas as suas ações são minuciosamente planejadas e refletidas para que não venham a praticar qualquer ato que atrapalhe essa evolução. Conseguem viver em harmonia com o mundo material sem descuidar, no entanto, do lado espiritual, que tem para eles o caráter de prioridade. Seus prazeres consistem em fazer a caridade quer aos encarnados ou aos desencarnados, aos irmãos mais próximos e estendendo a toda a humanidade. Seu objetivo principal é redimir erros de encarnações passadas e têm esperanças de conquistar um bom nível espiritual na existência atual não tendo, assim, mais necessidade de retornar a esse plano que consideram de baixo nível, embora reconheçam a importância de passarem por ele para conquistarem sua evolução como espíritos que são. O termo vida para esses, diferentemente do que representa para os outros, indica dois conceitos diferentes: um de vida material e outro de vida espiritual. Para eles a vida material é necessária para que haja um bom desenvolvimento do espírito. Por isso procuram aproveitá-la ao máximo praticando o amor, a solidariedade e a caridade que são, eminentemente, atos cristãos. Sabem que através da vida espiritual, são submetidos a testes e provações com as quais precisam aprender a conviver ou vencer, pois fazem parte do seu processo evolutivo. Por isso, não é permitido para eles desconsiderarem nem menosprezarem a matéria, pois é através dela que o espírito se mantém nos planos inferiores, onde tem chance de evoluir. Compreendem que o nascimento é um momento ao mesmo tempo de glória e de tristeza. Glória porque sabem que nesse plano t erão novas oportunidades de evolução. De tristeza porque sabem que para conseguir essa evolução, muito terão que sofrer. O nascimento também não é o início de tudo, pois sabem que uma existência é sempre a continuação de outra que já viveu, podendo, nessa, melhorar suas práticas de vida e crescer espiritualmente.
Como vemos, os conceitos de vida e morte são formados diferentemente pelos seres humanos, dependendo das suas crenças e dos seus graus de evolução. Para aqueles que nem debatem esses conceitos porque acham que já estão definidos, posso afirmar que não sabem é de nada. Estão com suas mentes paralisadas por idéias que alguém lhes incutiu e não são capazes de questioná-las e refletir sobre elas para refazê-las. Dou meus parabéns para aqueles que cumprem bem os desígnios de Deus que é, antes de tudo, reconhecer-se como um ser material e espiritual e aproveitar a matéria que lhe foi dada para lutar pela sua evolução espiritual. Esses são os verdadeiros guerreiros de Cristo. É com eles que a humanidade pode contar para ter esperança de um dia tornar-se melhor. São esses que com certeza, ao saírem desse plano, poderão ir para planos superiores de onde poderão continuar sua missão. São essas pessoas que não se prostram frente a qualquer pequena tempestade que se coloque em seu ca minho. E, mesmo quando é grande e avassaladora a tempestade, eles sempre dão um jeito de vencê-la, confiantes em si mesmos e no Pai Todo Poderoso. Esses nada temem: nem a morte e nem a vida. São capazes de enfrentar todos os momentos com fé e destemor, pois sabem que contam com uma proteção superior e confiam nessa proteção. Esses são, na verdade, os que sabem fazer jus à essência divina que receberam e estão dispostos a trilharem o caminho determinado por Deus, por mais tortuoso que ele seja.

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